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12/10/2020 15:15

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Decreto de Bolsonaro: pais e professores não querem segregação dos filhos em escolas especiais em MS

Presidente Jair Bolsonaro assinou decreto que cria salas e escolas especiais para crianças com deficiência; você concorda com o decreto?

Pais, responsáveis e professores de MS criticam muito decreto assinado pelo presidente Jair Bolsonaro na semana passada. O decreto incentiva salas e escolas especiais para crianças com deficiências, autismo, e superdotação. Pais categorizam a medida como desserviço e retrocesso em anos de aplicabilidade da inclusão desses alunos. 

Segregação escolar

Marcio Sacchi, 51 anos, de Três Lagoas, é pai de uma criança autista de 9 anos. Ele é contra o decreto e cita que a legislação já vigente não é cumprida, e que a lei seria motivo de segregação. Sacchi diz ainda que teve de entrar na Justiça para conseguir vaga para o filho e posteriormente mudar de escola onde a criança foi aceita. 

“Não concordo. Porque, na verdade, não precisamos de leis ou decretos e sim de ações. A inclusão está na Constituição de 88 e, até hoje, não foi implantada de forma digna. Nós, pais, temos que nos humilhar e mendigar os direitos dos nossos filhos. Bastava seguir a legislação vigente e formar profissionais adequadamente”.

Ele diz que a decisão é muito ruim. “Esse decreto parece bom, mas não é. Ele abre brechas para que as escolas coloquem nossos filhos em "salas especiais" que, na verdade, serão depósitos de deficientes. E também dá opção para escolas de não serem inclusivas. Se com a legislação a favor já passamos horrores com as escolas, imaginem com brechas. Ou seja, nossos filhos serão segregados em salas guetos e/ou escolas guetos”.

Culpa a pessoa com deficiência

A professora Adriana Bellei é mãe de uma menina autista de 11 anos. Ela conta que leu o decreto e viu precedente para a segregação. “Está escrito que se a pessoa com deficiência não se adequar à escola "comum", deverá ser encaminhada à especializada. Este é um dos pontos. Nas ‘entrelinhas’, retira a responsabilidade das adequações para que todas as escolas sejam inclusivas”.

“Com essa 'nova política' para educação especial, a 'culpa' de não conseguir se adaptar ao ensino comum é da pessoa com deficiência. Tipo: ela que se adéque ao que é oferecido, ou que vá procurar a sua turma. Uma sociedade inclusiva é aquela que faz as mudanças estruturais necessárias à acessibilidade, mas, essencialmente, é aquela com mudanças atitudinais! Não é a pessoa com deficiência que precisa ser "consertada" para conviver em sociedade; é a sociedade que precisa conhecer e respeitar as diferenças!”, diz. 

Exemplo de inclusão

A doutora em Letras, Aline Cristina Maziero, 31 anos, postou a opinião no perfil do Facebook. Ela citou que a educação inclusiva salva as pessoas e que o decreto é um retrocesso. “Eu não tenho condições de argumentar com uma notícia dessas. Toda a minha vida é demonstração de que a educação inclusiva salva, acolhe, oferece oportunidades e valoriza os alunos pelo que são. Eu tenho trinta e um anos e 28 deles passados na escola. Escola regular, com professores que tiveram que se adaptar a ter entre seus alunos uma menina com deficiência que tinha a letra horrível, mas perguntava mais que todo mundo. Ano passado, eu terminei um doutorado. Isso só foi possível porque eu tive, na minha base, uma formação inclusiva. Vocês elegeram o retrocesso em forma de gente”.

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