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Parlamentares criticam decisão da Justiça Federal e apoiam produtores rurais

Conflitos Indígenas

05 dezembro 2013 - 06h00Por Aline Oliveira

Na coletiva realizada na última quarta-feira (4), na Famasul, o deputado estadual, Zé Teixeira (DEM) comentou a decisão da Justiça Federal que suspendeu a realização do leilão da resistência, promovido pelos produtores rurais. Os representantes do setor informaram que continuarão a programação do evento, marcado para o próximo sábado (7) e que contará com a presença da bancada federal de Mato Grosso do Sul, além de importantes autoridades da cadeia do agronegócios.

 

O parlamentar parabenizou os produtores pela postura e criticou a posição do governo federal em relação ao conflito em andamento. “Na minha avaliação, estamos enfrentando a ausência do Estado, que não cumpre seu papel. Lamento que a justiça tenha tomado esta decisão e quero lembrar que o movimento indígena tem o mesmo direito que os produtores de angariar fundos para se manter. Esta postura vai contra a democracia brasileira, já que os indígenas quando recebem os mandados de segurança, simplesmente rasgam e saem invadindo e botando fogo nas propriedades. Agora a realização de um leilão é avaliada como um ato ilícito, isto não pode acontecer”, avaliou Teixeira.

 

Na ocasião, o deputado democrata lembrou ainda que se o governo federal quisesse realmente resolver o problema, teria feito como o ex-presidente Lula, no episódio de uma área localizada no Tocantins. “O então presidente Lula considerou a área de interesse social e fez com que a Funai comprasse para entregar aos índios. Então deveriam fazer o mesmo com a Buriti”, ressaltou.

 

Para Teixeira, a solução para o problema nacional é criar políticas públicas para o índio, pois, desapropriar propriedades e demarcá-las não irá resolver a questão. “Nós produtores, não temos nada contra os índios, nunca entramos com ações contra eles. Entendemos sim, que são massa de manipulação política de grupos que querem frear o desenvolvimento do agronegócio brasileiro”,  pontuou o parlamentar que é proprietário de uma área de cinco mil hectares em Caarapó, invadida e impedida de produzir.

 

Já a deputada Mara Caseiro (PT do B) afirmou estar estarrecida com a liminar e reforçou seu compromisso de participar do leilão que acontecerá no próximo sábado. “Esta decisão nega a garantia do direito do produtor e a propriedade legítima. É um ato absurdo e arbitrário, já que prejudica a defesa dos envolvidos. Por isso quero parabenizar a decisão da Famasul e Acrissul de manter o movimento e reforço que participarei do evento, já que todo Estado se mobilizou para apoiar a causa dos produtores”, alegou.

 

Articulação Política – Na avaliação do produtor rural Ricardo Bacha, a suspensão do leilão é uma manobra política e que prega uma inversão de valores na questão dos conflitos indígenas. “De forma geral, todo este movimento de invasões das propriedades pode ser tratado como uma manobra de grupos nacionais e internacionais que visam barrar o crescimento do agronegócio no país. A notícia de hoje quer mudar o foco do problema e jogar a opinião pública contra os produtores. Afinal quem vem sendo agredido e tratado como um vilão, são os produtores . Nós queremos apenas retomar nossas propriedades e trabalhar”, desabafou.