Investigação da Polícia Civil de SP aponta possível relação entre a escola de samba Vai-Vai, de São Paulo com líder da facção criminosa PCC. A agremiação carnavalesca teria recebido R$ 300 mil para desfilar no carnaval de 2022, valor este aportado por um ex-diretor da escola, suspeito de integrar a quadrilha.
Conforme a Folha de SP e o Metrópoles, o suspeito é Luiz Roberto Marcondes Machado de Barros, conhecido como ''Beto Bela Vista'', era diretor financeiro da Vai-Vai e apontado como liderança do PCC fora dos presídios, a chamada ''célula externa''.
A investigação trouxe que a escola não pagou o débito e alega ter pago apenas uma parte em espécie e outra em forma de publicidade.
Ainda segundo o site, o atual presidente da escola, Clarício Gonçalves confirmou o empréstimo.
Terreno
A Vai-Vai está, desde 2021, sediada em um terreno que pertencia a Beto Bela Vista. A aquisição da área se deu por meio da concessionária Acciona, responsável pela desapropriação da antiga sede da escola para construir a estação 14 Bis da linha 6 do metrô.
Ainda segundo a apuração, a polícia suspeita de superfaturamento e lavagem de dinheiro na compra do terreno de R$ 6,8 milhões. A Vai-Vai disse ao Metrópoles que o empréstimo foi feito por meio de contrato em cartório e que está à disposição das autoridades.
A agremiação também pontuou que relatório do Ministério Público de SP não traz indícios de crimes na aquisição do imóvel.
''Como parte envolvida no inquérito, a escola foi notificada da inocência da instituição e de seus representantes'', diz a agremiação em nota.
O presidente Clarício relatou que a compra do terreno fazia parte da indenização, por parte da Acciona, para se tornar dona do imóvel onde seria a nova sede da Vai-Vai.
O dirigente, seque a Folha de SP, observou que foram sondados três imóveis na região que o atual era o mais viável para as necessidades da escola. A escola alega que a identidade do dono, no caso Beto, só foi conhecida após o conselho da agremiação aprovar a compra.
No depoimento do presidente da Vai-Vai à polícia, consta que a descoberta que o dono da área era Beto Bela Vista gerou conflitos internos na agremiação.
Segundo a investigação, traz o jornal, Beto Bela Vista adquiriu os dois terrenos onde hoje ficam a sede da Vai-Vai por R$ 2,8 milhões e pagou tudo em dinheiro vivo. Já a venda à Acciona, menos de um ano depois, foi por mais que o dobro do valor de compra: R$ 6,8 milhões.
O espaço está aberto aos citados.
Polêmica
O desfile da Vai-Vai no sambódromo paulista gerou polêmica no sábado (13). Segundo o G1, a escola trouxe o tema hip hop e sistema prisional e contou com a participação do rapper Mano Brown, dos Racionais MC’s.
Fantasia de uma das alas trazia policiais em formato de demônio, com chifres e asas. Essa associação gerou revolta dos defensores da Segurança Pública e de políticos.
A escola nega demonização da polícia e diz que o enredo é contextualizado pela história da cidade.