O que políticos sul-mato-grossenses, sejam aliados ou adversários, têm em comum é o 'patrocínio' milionário da JBS em suas campanhas políticas. Nas eleições gerais de 2014, a empresa, flagrada corrompendo fiscais sanitários para poder vender carne podre, distribuiu R$ 16,3 milhões. Reinaldo Azambuja, o vencedor das eleições, também venceu no ranking de doações, e recebeu R$ 10 milhões.
A empresa, dos irmãos goianos Joesley e Wesley Batista, é uma das maiores do mundo, e sempre teve 'relação íntima' com o poder público, sendo beneficiária de empréstimos vultuosos. Segundo o site UOL, entre 2005 e 2014, a empresa doou para políticos 18,5% do total emprestado do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
Ainda sobre a campanha de 2014, a empresa não fez separação ideológica, dando dinheiro para os três principais concorrentes ao governo do Estado, sendo os dez milhões de Reinaldo Azambuja (PSDB), R$ 3.2 milhões para Nelsinho Trad (PTB) e R$ 214 mil para o senador cassado Delcídio do Amaral. Os valores contabilizados são os divulgados oficialmente no site do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
A 'mão amiga' do JBS se estendeu a políticos que se candidataram ao Senado e à Câmara. Para concorrer à Casa Alta, Simone Tebet e Alcides Bernal (PP), receberam, respectivamente, R$ 1,27 milhão e 400 mil. Vitorioso na disputa por uma cadeira no parlamento, Geraldo Resende abocanhou R$ 300 mil. O pedetista Dagoberto Nogueira recebeu R$ 170 mil e Carlos Marun (PMDB) foi agraciado com R$ 103 mil.
Os menores valores do frigorífico ficaram com o deputado Luiz Henrique Mandetta, R$ 25 mil, e Eliseu Dionízio, com R$ 22 mil.
Em 2010, na campanha vitoriosa a reeleição de André Puccinelli, o PMDB de Mato Grosso do Sul recebeu R$ 1,5 milhão da JBS. Naquela ocasião, R$ 1 milhão foi para o Partido dos Trabalhadores e R$ 500 mil para o PSDB.
(Delcídio recebeu dinheiro da JBS para disputar o governo)