Polícia

09/05/2019 15:00

‘Eu sei que era uma armadilha para mim’, confessa PM que teve filho morto fuzilado

O rapaz foi assassinado com sete tiros de fuzil em abril deste ano

09/05/2019 às 15:00 | Atualizado 09/05/2019 às 18:59 Anna Gomes e Dany Nascimento
André de Abreu

“Eu sei que era para eu morrer, meu filho não fazia mal a ninguém. Também nunca fiz e não sei quem pode ter assassinado meu garoto’’. É assim que o policial militar Paulo Roberto Teixeira, em luto, descreve o assassinato do filho, o universitário Matheus Xavier, de 20 anos, morto a tiros de fuzil. 

Paulo participou, na manhã desta quinta-feira (9), de missa dedicada a Matheus. Ele diz que nunca sofreu ameaças e que há três anos mal sai de casa. “Não faço outra coisa que não seja cuidar da educação dos meus filhos. Estou dando a minha cara a tapa e sei que o assassino vai me ver. Não sei o que eu fiz para ele, mas se fiz algo, peço perdão. Por favor, que ele não faça mais nada com os meus outros dois filhos. Sei que a armadilha era para mim e não para o Matheus”, revela.

Passado obscuro do PM

Paulo Xavier já foi preso duas vezes, sendo uma por envolvimento na máfia da Jogatina. Ele entrou para a PM em 1994. A operação que o prendeu - a Las Vegas - da PM e PF ocorreu em 2009.

Quando questionado sobre seu passado, o militar alega não ter feito nada de errado, pelo contrário, diz ter ajudado a sociedade. “Eu prendia alguém, falavam que eu participava do esquema e acabava preso também. Fui absolvido, mas quando trabalhava na área central consegui fechar mais de 20 bocas de fumo”, disse o PM.

Missa

Na manhã desta quinta-feira (9), amigos e familiares participaram da missa de um mês de morte de Matheus. Com camisetas que levava a foto do rapaz assassinado, todos pediram por Justiça.

Crime

Matheus foi fuzilado enquanto estava na caminhonete do pai, uma S-10 de cor branca. O fato aconteceu na noite de 9 de abril deste ano. O policial militar ainda tentou levar o filho para a Santa Casa, mas o rapaz não resistiu aos ferimentos e acabou morrendo.