Polícia

03/07/2019 19:00

CRIME DA MODA: delegado ensina como não cair no golpe do falso frete e falso sequestro

Normalmente os bandidos colocam uma mulher para se passar por um ente querido sequestrado

03/07/2019 às 19:00 | Atualizado 04/07/2019 às 07:14 Dany Nascimento
André de Abreu

Após a prisão de três indivíduos que tentavam render um motorista de caminhão em Campo Grande, o titular da Derf (Delegacia Especializada na Repressão aos Crimes de Roubos e Furtos), Reginaldo Salomão, alerta a população para não cair em golpes conhecidos como de falso frete e falso sequestro.

Conforme o delegado, normalmente os bandidos utilizam uma pessoa para ligar pedindo ajuda, se passando por parente das vítimas. “O golpe do falso sequestro consiste em transferir para a vítima em potencial grande quantidade de informações desagradáveis e críticas, de forma que a vítima tenha o raciocínio turbado. Em regra, uma voz feminina liga pedindo socorro. As vítimas são pessoas de idade, mães, e acreditam de pronto que aquela mulher que pede socorro é sua filha, e passam a seguir todas as orientações dos perpetradores”.

Uma das principais ações, neste caso, é manter contato com os familiares e ter atenção na forma de falar da suposta vítima. “Importante que a pessoa tenha canais de comunicações com seus entes queridos, para dificultar o sequestro relâmpago com resgate em conta corrente como vem ocorrendo - mas possível para entrega de dinheiro pessoalmente. Assim, criar pequenas senhas, como sempre começar a conversa com uma saudação combinada, mesmo que seja bença mãe, pode evitar a dúvida de com quem se está falando”.

Segundo o delegado, os golpistas pedem que a vítima rasgue o bilhete após o depósito, na tentativa de dificultar o trabalho da polícia. “Ao entrar na lotérica, se aposse de outros papeis, como volantes de jogos e os rasgue no lugar do comprovante se acreditar mesmo que está sendo seguida”.

Dicas

1) Mantenha canais de comunicação com filhos e parentes em geral (em especial adolescentes), nunca comece uma conversação informando onde está, nome de parentes, sempre questione, quem e por que quer saber. No primeiro contato trate o “filho falso” por nome diferente e se ele atender tenha convicção de que se trata de golpe ;

2) Sempre exija, para o caso de o fato ser verídico, prova de que aquela pessoa é mesmo quem diz ser, perguntando sobre algo bem pessoal, roupa, nome da madrinha, data especial, cicatriz, etc.

3) Sempre comunique uma segunda pessoa para que esta tente entrar em contato com a vítima sequestrada e verificar a veracidade do fato;

4) Salve no celular os números utilizados pelo perpetrador;

5) Avise imediatamente a polícia, muitas das vezes se consegue bloquear a conta corrente e recuperar o ativo repassado aos criminosos;

6) A exigência do depósito indica que o criminoso está distante e não possui ele mesmo condições de receber o dinheiro, por isso alguém vai se arriscar indo até o banco, se a informação chegar à polícia, ainda durante as ligações, é possível prender o autor em flagrante, ainda que em outro Estado;

7) Essa modalidade de golpe vem e vai, mas a pena de sequestro é muito alta para que marginais se arrisquem por quantias exíguas;

8) Por fim, sempre negocie, informe que está distante do banco, pergunte onde é a agência mais próxima, pois na maioria das vezes o perpetrador se encontra preso, é de outro Estado e terá dificuldade em responder, contudo, ele pode contar com colega de cela que seja do nosso Estado, e nessa situação pode se afirmar que tal agência fechou, de toda forma importante ganhar tempo;

9) passe propositadamente informações erradas ao caixa da lotérica ou do banco, isso dará tempo a segunda pessoa localizar a pessoa que em tese está sequestrada. As precauções não se encerram aí, mas em linhas gerais pode-se ganhar tempo até se ter a certeza de que ninguém foi sequestrado.