Cidades

02/06/2020 15:00

É BEM ALI: a 100 km de Campo Grande, Corguinho ainda não sabe o que é coronavírus

Cidade implantou barreira sanitária para evitar a chegada da covid

02/06/2020 às 15:00 | Atualizado 02/06/2020 às 19:02 Thiago de Souza
Dákila Pesquisas

Cem quilômetros de distância separam Campo Grande - segunda em casos da covid-19 - da pacata Corguinho, que ainda não viu a doença chegar por lá. Segundo dados da Secretaria de Saúde do Estado, a cidadezinha até registrou um caso suspeito, mas foi descartado.

A suspeita que alguém da cidade estivesse doente surgiu ainda em março, no dia 24, ocasião que o Estado confirmava seu 24º caso. No entanto, nenhuma ocorrência foi contabilizada na cidade. Inclusive, na planilha de microdados da SES, não há nem como gerar gráficos, pois não há informações sobre a doença cadastrada no sistema.  

Corguinho tem apenas seis mil habitantes e uma grande vocação turística, com morros, cachoeiras e trilhas, tudo perto do Rio Aquidauana. É bastante visitada por isso o vai e vem de turistas no início da pandemia poderia ter deixado o corona por lá.

Além disso, a cidade possuiu um condomínio urbano construído por um grupo esotérico, chamado Zigurats. Pessoas de vários lugares do país e do mundo passam por ali para fazer estudos sobre extraterrestres. 

Condomínio feito por esotéricos em Corguinho. (Reprodução Dakila)

Ações

No dia 9 de maio, a prefeitura deu apoio para a instalação de uma barreira sanitária, feita pelas equipes da Vigilância em Saúde e Secretaria Estadual de Saúde. Na MS-080, principal via de acesso à cidade, todo veículo que passava era abordado. 

Ainda segundo a prefeitura, motoristas e passageiros eram questionados sobre origem e destino da viagem. Caso alguém da família estivesse com tosse, febre, cansaço e dificuldade para respirar, ali mesmo já seriam tomadas medidas de contenção da doença. 

Campo Grande

A capital do MS já perdeu seis moradores por coronavírus. Com exceção de um homem de 38 anos, as demais cinco vítimas eram idosos, todos com doenças pré-existentes. 

A cidade adotou um isolamento severo no início da pandemia, parando ônibus, comércios e serviços não-essenciais, além de impor um toque de recolher nas madrugadas. Ao passo que a velocidade de contaminação desacelerou, grande parte dos serviços voltou ao normal, mas com medidas de contenção da disseminação do vírus.