Campo Grande

19/10/2021 15:45

Tiago Vargas recebe enxurrada de críticas ao propor exame de drogas para professores

Entidade que representa professores rebateu proposição do parlamentar

19/10/2021 às 15:45 | Atualizado 19/10/2021 às 15:39 Thiago de Souza
Projeto virou polêmica em Campo Grande - Reprodução Facebook

Tiago Vargas, do PSD, causou polêmica ao propor que professores façam teste para detectar se estão drogados, em Campo Grande. A ideia não foi bem recebida pelos demais vereadores. 

O parlamentar justificou que recebe denúncias de pais e mães que há consumo de drogas em escolas da Rede Municipal de Ensino de Campo Grande. Também alegou que em diversas outras profissões, como polícia e bombeiros, é necessário o exame toxicológico. Ele também alegou 

‘’Por que não os professores? É triste, mas é a realidade! Precisamos acabar com isso, pois é o futuro da nossa nação que está em jogo! Precisamos ajudar essas pessoas dependentes a terem uma vida sem dependência’’, escreveu no Facebook. 

ACP

O Sindicato Campo-Grandense dos Trabalhadores em Educação, a ACP se mostrou radicalmente contra a medida. O presidente da entidade, Lucílio Nobre, diz que já houve reunião da diretoria para avaliar o tema. 

‘’Isso ataca diretamente os professores. Esse problema (drogas) não é inerente a nossa profissão. Dá a entender que isso interfere nos afazeres pedagógicos’’, refletiu o dirigente. 

Lucílio acha estranha a postura do vereador, que, segundo ele, repetidamente faz projetos que atacam os professores e a Educação. 

‘’Parece que quer criminalizar a profissão. Não sei se é pra chamar a atenção, não sei o que ele quer’’, disparou Nobre. 

Ainda segundo a ACP, o parlamentar deveria apresentar projetos, por exemplo, para ressarcir os professores, que mantiveram as aulas na pandemia e gastaram com energia, internet e usaram o espaço de casa para dar aulas. 

‘’A gente não vê um projeto do vereador para incentivar o retorno às aulas ou promover os professores’’, avaliou Lucílio. 

A ACP destacou que outros professores que são vereadores e até os que não são já se posicionaram contra e acredita que o projeto não vai prosperar.