Mato Grosso do Sul pode ser o novo destino dos líderes das facções, que comandaram os ataques que deixaram 56 mortos no Compaj (Complexo Penitenciário Anísio Jobim), em Manaus. De acordo com o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, os chefões responsáveis pelos ataques serão transferidos para presídios federais assim que forem identificados por uma força-tarefa e Mato Grosso do Sul pode se tornar a nova casa dos chefões do tráfico.
"Tem uma força-tarefa trabalhando para que, num rápido espaço de tempo e dentro da lei, possamos apresentar ao Ministério da Justiça o nome dos presos que têm que sair daqui e serem transferidos para presídios de segurança máxima. E que possamos fazer o trabalho que precisamos fazer dentro das penitenciárias", disse Alexandre de Moraes.
O governo do Amazonas acredita que os atentados são resultados de uma guerra entre as facções Família do Norte e PCC (Primeiro Comando da Capital), que disputam espaço no tráfico de entorpecentes no Estado. Além da morte de 56 presos, outros 184 conseguiram fugir e 136 ainda estão foragidos. Uma segunda rebelião terminou com a morte de outros quatro presos, totalizando 60 mortes. O massacre é o maior em um presídio brasileiro desde o ocorrido no Carandiru.
Mesmo diante do ocorrido, após dialogar com o governador, o ministro destaca que não será necessário encaminhar a Força Nacional para fazer a segurança em Manaus.
O ministro informou ainda que o governo federal liberou na semana passada R$ 45 milhões para a criação de 5.830 novas vagas no sistema penitenciário do Estado e para aquisição de equipamentos de infraestrutura, armamento e scaners de revista pessoal.