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Polícia

15/01/2019 10:01

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Pai que estuprou filha por 11 anos fez vasectomia para não engravidá-la

Para obrigar a vítima a manter silêncio, o suspeito, um autônomo de 61 anos, ameaçava matar os outros três filhos, irmãos da jovem, de 10, 13 e 17 anos

Foram necessários 11 anos para que uma jovem de 18, vencesse o medo e denunciasse a violência sexual que vinha sofrendo do pai, dentro de casa. Os estupros começaram quando a vítima tinha apenas cinco anos e duraram até ela completar 16. À polícia, a jovem ainda contou que desde a morte da mãe, aos 11 anos, foi obrigada a dormir no quarto dos pais com o suspeito, que chegou a fazer vasectomia para não correr o risco de engravidá-la. O homem foi preso na manhã desta quarta-feira (4), em casa, em um bairro de Vitória. Para obrigar a vítima a manter silêncio, o suspeito, um autônomo de 61 anos, ameaçava matar os outros três filhos, irmãos da jovem, de 10, 13 e 17 anos.

“Ele dizia que se ela contasse para alguém o que acontecia, ia fazer o mesmo com os irmãos dela, ou até mesmo mataria as crianças”, explica o delegado Lorenzo Pazolini, da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA). A vítima, que não é filha biológica do suspeito, procurou a polícia no dia 5 de maio deste ano, após tentar o suicídio. A jovem foi socorrida por uma vizinha e levada para o pronto Atendimento de São Pedro, onde recebeu orientação a denunciar a violência.

De acordo com o delegado, a mãe da jovem já estava grávida dela quando conheceu o suspeito. Os dois se casaram e ele registrou a menina em seu nome. “Ele justificava a violência dizendo que como a menina não era filha de sangue dele, poderia fazer o que fazia“, diz Lorenzo. Além dos estupros, a vítima também era proibida de sair e tinha a vida controlada pelo suspeito. A jovem era proibida de falar com as pessoas. Quando ele via alguém se aproximar da filha na rua, a agredia ou cometia violência sexual como forma de puni-la. Antes de denunciar os estupros, a vítima chegou a fugir ir para a casa de parentes. Porém, quando o suspeito descobriu onde a filha estava, foi atrás dela e a obrigou a voltar. “Hoje, ela mora com uma amiga da igreja”, diz Lorenzo.

MARCAS

 Não bastasse a dor da violência, os anos de violação resultaram em traumas psicológicos que marcaram profundamente a vítima. “Ela começou a se automutilar e chegou ao extremo de tentar tirar a própria vida. A violência que essa menina sofreu é aterrorizante”, analisa Lorenzo. Em entrevista o acusado também negou. “Jamais fiz isso, sempre a tratei com muito carinho. Só não deixava ela namorar, queria que ela estudasse. Ela inventou uma monstruosidade”. Os depoimentos da vítima, oito páginas no total, a oitiva de testemunhas e análise psicossocial são contundentes para provar a de estupro de vulnerável.

 

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