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Polícia

Para evitar assaltos, delegado afirma que motoristas de aplicativo devem investir em tecnologia

Investir na instalação de câmeras é uma alternativa para inibir o bandido

24 maio 2019 - 15h10Por Dany Nascimento

Após o registro de roubo a motoristas de aplicativo em Mato Grosso do Sul, o delegado titular da Derf (Delegacia Especializada de Roubos e Furtos), Reginaldo Salomão afirma que os trabalhadores devem investir em tecnologia para tentar impedir ações criminosas.

O delegado deu dicas e afirmou que bandidos, na maioria dos casos, roubam o carro dos motoristas, que utilizam o veículo para trabalhar pelo sustento diário da família. “O ideal é o emprego de tecnologia, como câmeras internas nos veículos, cadastro prévio dos clientes, se possível com fotos, instalação de rastreadores nos veículos, indicação da rota a ser seguida a central”.

O fácil acesso ao cadastro do condutor, com informação das rotas percorridas é uma das ferramentas utilizadas pela polícia para localizar produtos de roubo. “É ideal estreitar relacionamento com as Polícia Civil e Militar de forma que se possibilite rápida intervenção, através do compartilhamento do cadastro, rápida informação das rotas. Obter junto às polícias noções de preservação de locais de crime, facilitar a investigação, inserção de códigos na partida para advertir o gerente do sistema que está em local de risco ou com pessoa suspeita”, diz.

Na última semana, um rapaz de 29 anos ficou refém de uma dupla armada por mais de 10 horas, no bairro Vila Nhanhá, em Campo Grande. Ao aceitar uma corrida, o motorista foi sequestrado e permaneceu amarrado, trancado dentro de um quarto em uma residência. 

Ele foi colocado no porta-malas do carro e abandonado próximo ao museu José Antônio Pereira, na Avenida Guaicurus. Os bandidos fugiram com o carro e R$ 130 em dinheiro. O veículo foi encontrado no outro dia pela polícia, abandonado na Vila Aimoré, em Campo Grande.

Motoristas evitam zonas de risco

Motoristas de aplicativo informaram ao TopMídiaNews que devido ao número alto de assaltos, são obrigados a restringir algumas na Capital. Todos os entrevistados optaram por não se identificar por segurança e citaram quais bairros acabam evitando por medo de serem surpreendidos por bandidos.

Um condutor de 31 anos afirma que começa o horário de trabalho que define quais regiões devem ser evitadas, mas deixa claro que, em muitos casos registrados, o bandido não morava na região onde cometeu o crime.

“É muito relativo, na minha opinião. Acaba acontecendo que não tem bairro perigoso em Campo Grande, tem pessoas que acabam atrapalhando os bairros. Evitamos de entrar em alguns determinados horários, não pegamos passageiro em alguns locais. Podemos pegar criminosos no centro, já aconteceu comigo. Evitamos determinados horários, por exemplo eu evito de entrar depois em algumas regiões das 22 horas, evito alguns bairros como Caiobá, Dom Antônio, Noroeste, Nova Lima, Danúbio Azul, Vila Nhanhá, depende muito do horário”, explica o motorista.

Ele ressalta que tenta prestar o serviço durante o dia, para evitar circular em horários de menor movimento. “Estou evitando andar a noite. Tem acontecimentos que o indíviduo não é do bairro, pega no centro e aborda o motorista no bairro. Todos nós temos que estar bem cientes de quem coloca dentro do carro, às vezes nome de uma mulher, vai um rapaz junto, tem que estar em alerta direto”.

Uma motorista de 25 anos, que ‘roda’ há dois meses através de aplicativo diz que costuma atender as orientações de amigos mais experientes. “Eu não pego corrida no bairro Carioca, nunca passei apuro lá, mas um colega que também trabalha como motorista de aplicativo me orientou porque todas as corridas que ele fez para lá, tentaram assaltar ele”.

Outro condutor, de 42 anos, que está na área há um ano, também destaca que costuma ouvir conselhos de colegas e diz que evita a Vila Nhanhá. “Vários parceiros orientam, conheço bem a região e prefiro evitar durante a noite”, relata.