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Polícia

26/02/2019 17:18

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'Quebraram uma cadeira na minha cabeça', relata produtora transexual

A agressão aconteceu após ela pedir um isqueiro em uma barraca e não ficar calada ao ser destratada por um vendedor

Uma transexual foi agredida, na noite deste domingo, na Cantareira, praça conhecida pela boêmia no bairro de São Domingos, Zona Sul de Niterói, Região Metropolitana do Rio de Janeiro. De acordo com Lua Guerreiro, de 24 anos, a agressão aconteceu após ela pedir um isqueiro em uma barraca e não ficar calada ao ser destratada por um vendedor.

"Fui agredida. Mas não somente. Sofri uma tentativa de homicídio. Vários homens cis me batendo de forma covarde, suja e baixa como sabemos que fazem. Quebraram uma cadeira na minha cabeça. Me derrubaram por trás várias vezes pra ser um alvo mais fácil. Fui espancada. Sangrei da cabeça aos pés", escreveu a produtora de cinema em uma rede social. 

Ao DIA, Lua conta que outros homens se aproveitaram da situação para agredi-la. "Eu não sei quantos foram. Vieram pessoas aleatórias me agredir também. Quebraram uma cadeira na minha cabeça. A briga só acabou quando a polícia chegou e eu estava ensaguentada no chão", declarou. A produtora conta que, além das agressões físicas, teve que lidar com atendimento transfóbico de alguns policiais.

"Eles fizeram piadas. No Hospital Azevedo Lima, uma enfermeira fez piadas com meu nome social, me tratou no gênero errado e discutiu com minhas amigas que tentaram me defender. Tive que ficar na delegacia ao lado de alguns dos meus agressores, intactos, rindo, descontraídos enquanto eu e minhas amigas — traumatizadas, sujas do meu sangue pelo corpo inteiro — sentávamos lá esperando por horas pra prestar nosso depoimento", afirma. Segundo Lua, ela decidiu ir embora sem prestar depoimento por causa da exaustão mental e vai novamente na delegacia nesta terça-feira.

O Brasil é o país que mais mata (em números absolutos) a população trans no mundo. De acordo com a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), 163 pessoas trans foram assassinadas no país no ano passado. O levantamento aponta que 97% são travestis e mulheres trans, 82% são pretas ou pardas e 60,5% tem entre 17 e 29 anos.

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