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Polícia

12/07/2021 15:15

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Tenente-coronel quis saber teor das denúncias feitas por capitão da PM, alega defesa

Mesmo tendo conduta considerada exemplar, capitão foi coagido por superior por não dar informações a respeito das denúncias de homofobia, sendo preso por desobediência

Felipe dos Santos Joseph, capitão da Polícia Militar, que foi preso na última semana por denunciar um caso de homofobia provocado pelo tenente-coronel, não deu detalhes das informações que estavam inseridas na denúncia entregues ao Ministério Público de Mato Grosso do Sul, o que teria deixado o superior contrariado e o oficial coagido.

A narrativa foi exposta em uma nota divulgada nesta segunda-feira (12) pelo advogado do capitão, Anderson Yamada. No texto, a defesa aponta que a 'desobediência', assim denominada para a prisão de Joseph, aconteceu após a recusa de conceder informações que seriam da denúncia.

O advogado explica que o tenente-coronel usou sua condição superior para coagir o oficial. "Sob a alegação de ter uma conversa sobre serviço e sobre “a relação entre os dois”, desejava, em verdade, obter informações acerca das denúncias", diz a nota.

No entanto, Felipe recusou formalmente os pedidos do superior e alegou que deixaria a sala onde as duas partes estavam reunidas, caso não houvesse uma conversa puramente profissional e não encerrasse as coações que estavam sendo feitas pelo tenente.

Yamada, ainda na nota, salienta que o tenente-coronel Neto chegou a questionar se o capitão não tinha medo de sofrer represálias causadas pelo comportamento. Então, o oficial passou a ser "atacado" pelo superior sob as alegações de que, mesmo com um comportamento exemplar, trabalhava pouco e não teria se adaptado à diretoria.

As acusações foram o estopim para que Felipe Joseph formulasse as denúncias e encaminhasse para as autoridades da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul. Tal medida contrariou o tenente que chegou a anunciar que o capitão seria transferido por que trabalhava pouco.

Homofobia

A denúncia era ocasionada pelos atos homofóbicos sofridos na corporação, segundo a defesa. "O oficial declara-se, orgulhosamente gay, e enxerga sua responsabilidade diante de uma justa causa de luta pela eliminação de todo tipo de preconceito".

Anderson Yamada indaga que seu cliente passou por alguns episódios constrangedores ao longo dos seus anos prestados na polícia. Em um deles, o advogado aponta que o capitão da PM sofreu piadas de mau gosto como seu corte de cabelo, com sugestões de que seriam para práticas sexuais ou que seria portador de AIDS.

"Esta defesa se posiciona ainda no sentido de pedir retratações públicas e a apuração sobre a prisão ilegal ocorrida nas dependências do Comando Geral da PMMS. Também demanda explicações para compreender o porquê foi mantida a convivência diária entre acusador e acusado", finaliza a defesa.

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