A aliança entre o PSDB e o PL, para a chapa Beto Pereira e Coronel Neidy, inviabilizou apoio do PT em eventual segundo turno das eleições em Campo Grande. É o que avalia o deputado federal Vander Loubet.
Participando de agenda do presidente Lula (PT), nesta quarta-feira (31), em Corumbá, Vander criticou o acordo tucano com o partido de Jair Bolsonaro (PL). Segundo ele, votos de Camila Jara e Zeca do PT - chapa que disputa a prefeitura sem convicção de segundo turno - devem migrar para Adriane Lopes (PP) ou Rose Modesto (União).
“Se tivesse construído como foi construído com o [Eduardo] Riedel, poderíamos estar no segundo turno com eles. Mas hoje, qualquer candidato – espero que seja a Camila, mas se não for a Camila, qualquer uma das duas, a Rose ou a Adriane – naturalmente, eu não tenho dúvida que 90% dos nossos votos irão para um desses candidatos que não estejam com o PL”, diz.
Vander reforçou que a aliança na Capital tem impacto em nos 79 municípios de Mato Grosso do Sul. “É claro que isso cria um incômodo enorme. O que acontece é que temos mais de trinta municípios dentro de um alinhamento que foi construído nesses dois anos com o PSDB. E, claro que a disputa de hegemonia não é mais com o PSDB hoje, mas com o PL. Eu respeito isso, mas acho que foi um erro, e o tempo mostrará quem estava errado. Acho que o PSDB se precipitou”.
Lula e Zeca do PT em Corumbá - Foto: Marco Codignola
Pouca expectativa
A falta de entusiasmo do PT em Mato Grosso do Sul também ecoou através do deputado estadual Zeca. Mesmo alegando que Lula deve dar um apoio na campanha em Campo Grande e Dourados, ele admitiu que, se o partido conquistar três prefeituras, pode comemorar.
Camila Jara seguiu o protocolo de mostrar entusiasmo, mas a imprecisão de informações revela o descaso com que a campanha é tratada. A deputada afirmou que Campo Grande é uma das cinco capitais que são prioridade para o partido, mas não precisou data de visita de Lula para “não errar”.
“As agendas vamos confirmar na próxima para vocês, para não errarmos a data. Tudo está lotado. Só a presença dele hoje aqui já vai impactar de alguma forma a corrida eleitoral dentro dos municípios. Sabemos que o presidente Lula é uma figura extremamente popular e, quando ele está no território, aumenta a popularidade, o que nos permite estar mais próximos da população, que se sente mais próxima e relembra por que estão conosco no governo e por que o colocaram pela terceira vez na presidência da república”, alegou Jara.