O ex-ministro Luiz Henrique Mandetta (União) e o procurador licenciado Sergio Harfouche (Avante) pretendem concorrer a única vaga ao Senado na chapa de apoio a Rose Modesto (União). Mesmo com ideologias antagônicas, os pré-candidatos “terão que se aturar” já que desejam concorrer à majoritária, e a condição ofertada é essa. 

Mandetta esteve em Brasília nesta semana, e se reuniu a portas fechadas com o secretário nacional do partido, ACM Neto, além de participar da solenidade que oficializou Luciano Bivar como pré-candidato ao Palácio do Planalto na terça-feira (31). Nos bastidores, a conversa é de que o ex-ministro objetivou firmar apoio como candidato principal ao Senado, mas ele desmentiu.

“Eu sempre tive apoio do partido. Isso aí não tem nenhuma discussão. Eu não fui lá buscar apoio. O que a gente foi fazer é conversar como vai se materializar a pré-campanha, discutir valores, custo de marketing e esse tipo de coisa. Foi uma reunião normal de trabalho. A minha pré-candidatura ao Senado sempre existiu e ela sempre vai existir.”

Sergio Harfouche (Avante), que também é pré-candidato a senador, busca aliança com o União e já disse que tem pretensão de fechar acordo com Rose Modesto.

Mandetta afirma que não se sente ameaçado por conta do outro concorrente e tranquiliza a situação. Ele diz que, em 2018, por exemplo, quatro candidatos ao Senado concorreram coligados ao governador Reinaldo Azambuja (PSDB).

“Não tem problema nenhum [Harfouche também ser pré-candidato]. Ele trafega num tipo de política que o partido dele, o Avante, tem feito. E se ele fizer parte da coligação, não tem problema. Não é uma coisa assim, ou eu ou ele. Ele representa uma parte do eleitorado, fará a campanha dele, e eu vou fazer a minha.”

Defensor de uma alternativa à polarização entre Lula e Bolsonaro, Mandetta observou a terceira via se esfarelando no caminho desde que deu início às articulações. Agora, ele vai cuidar de sua campanha em MS mesmo que tenha de dividir palanque com bolsonaristas de carteirinha na caminhada.