O ex-senador Delcídio do Amaral negociou com o marqueteiro João Santana o pagamento da campanha ao Senado em 2002 dentro de uma sauna. O ex-senador acertou que metade do valor seria declarado e a outra metade não declarado, por meio de uma conta no exterior.

João Santana em delação premiada a Procuradoria-Geral da República afirmou que em 2002, quando Delcídio era secretário de Infraestrutura do Governo do Mato Grosso do Sul, foi convidado pelo ex-senador para ir a sua residência em Campo Grande. Chegando lá, Delcídio informou eu a conversa seria na sauna, "pois claramente Delcídio do Amaral visava preservar informações quanto a valores e forma de pagamento", afirmo Santana.

Delcídio, na época, queria negociar sua campanha ao Senado, segundo o relato do marqueteiro. Na ocasião, Santana disse ter informado que “toda e qualquer negociação envolvendo forma de pagamento deveria ser feita, exclusivamente, com Mônica Moura”.

Já no primeiro encontro com Mônica, Delcídiu teria exigido que parte do pagamento fosse realizado por transferência em conta no exterior, uma vez que ele “não teria como justificar o valor pago ao TSE”.

A negociação rendeu ao casal R$ 4 milhões. Durante as tratativas com Mônica Moura e João Santana, Delcídio deixou claro que não contrataria o casal, caso não aceitassem receber valores no exterior, de forma não declarada. Com a aceitação da proposta, o ex-senador acertou que metade do valor, R$ 2 milhões, seria declarado e a outra metade não declarado, por meio de uma conta no exterior.

Entre o fim de outubro e o início de novembro de 2012, ao final das eleições, o pagamento foi efetuado, por meio de uma transferência de uma conta Offshore no exterior para a conta ShellBill, na Suiça, de propriedade do casal.