Com o apoio dos vereadores e dos auxiliares de taxistas, também conhecidos como ‘curiangos’, a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar a ‘máfia do táxi’ deve sair do papel já na próxima semana. As informações são do vereador Vinicius Siqueira (DEM), que destaca já ter 15 assinaturas, cinco a mais que o necessário para dar início à investigação.
Os parlamentares estiveram reunidos, na manhã desta terça-feira (7), a portas fechadas na presidência da Câmara Municipal. Segundo Siqueira, todos os colegas estavam presentes e, aparentemente, todos se mostraram favoráveis à abertura. Ele destaca, porém, que não teve tempo de conversar individualmente com os demais legisladores, mas ninguém se opôs à CPI.
O requerimento para abertura da investigação deve ser apresentado na quinta-feira da semana que vem, 16 de fevereiro. De acordo com o democrata, o prazo será usado para acrescentar dados e dar mais ‘musculatura’ ao pedido de abertura da CPI. A expectativa dele é reunir, pelo menos, 23 assinaturas.
Ele garante ainda que não se sente intimidado pelos taxistas e tem o apoio dos auxiliares, que efetivamente trabalham e realizam as corridas. Além disso, ele promete que vai à Brasília na segunda-feira (13) para conversar com representantes da Uber para discutir as dificuldades enfrentadas pela empresa e as vulnerabilidades que os passageiros estão expostos.
“Esse tipo de transporte é o mais barato e mais ecológico também”, garante o democrata.
Máfia dos Táxis
‘Máfia dos táxis’ designa a concentração de alvarás registrados em nome de poucas famílias e empresas, problema que se perpetua há anos em Campo Grande sem mudanças significativas na legislação. De acordo com dados da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito), são apenas 490 veículos que possui autorização para explorar o serviço.
Além disso, hoje, 17 microempresas controlam 114 veículos da frota de táxis, o equivalente a 23,2% de todos os alvarás disponíveis. Somente a família do permissionário Moacir Joaquim de Matos, que faleceu no ano passado, possui 28 veículos. Um contraste com o número de auxiliares, cerca de 750, que são motoristas que pagam para trabalhar e efetivamente fazem as corridas.
As razões sociais em nome de Francisca Pereira dos Santos e Orocídio de Araújo possuem 15 veículos cada. Com 14 táxis, a empresa de Benevides Juliace Ponce fecha a lista dos permissionários com mais de dez automóveis. Elton Pereira de Matos e Maria Helena Juliace de Araújo trabalham com, respectivamente, oito e sete táxis. O restante das empresas tem entre um e cinco carros.
Além das personalidades jurídicas, o número de sobrenomes iguais se destaca na lista de permissionários disponibilizada pela prefeitura. Somente o sobrenome “Sandim”, por exemplo, aparece em 16 permissões para o serviço de táxi de Campo Grande, nenhuma de empresa. Sobrenomes incomuns como Oshiro, Shimabuco, Zakimi, Nakashita, entre outros, também se repetem.









