Mais de R$ 100 milhões de reais em apenas seis anos com gastos em hospitais de alto padrão Brasil afora, principalmente no eixo Rio-São Paulo. Essa é a realidade da alta casta da política brasileira, que recebeu o valor como forma de reembolso, mesmo contando com plano de Saúde. O fator em comum: tudo pago com dinheiro do contribuinte, ou seja, do seu, do meu, do nosso bolso.
Enquanto isso, unidades de Saúde públicas, como de Campo Grande e de todo Mato Grosso do Sul, seguem lotadas, sem médicos, com atendimento precário, e com medicamentos básicos – como cardiológicos e neurológicos – em falta. Como diz o velho ditado brasileiro, farinha pouca, meu pirão primeiro.
Para os políticos, nada de SUS, e sim os hospitais de ponta do País. O plano de saúde da Câmara cobre hospitais de excelência em todo o país, como Sírio-Libanês, Albert Einstein, Rede D'Or e DF Star —onde o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ficou internado por três semanas em abril.
Lembrando que os ressarcimentos são valores de gastos extras, já que os atendimentos ‘comuns’, como uma simples consulta médica (também realidade em hospitais de primeira categoria) são cobertas normalmente pelos planos de saúde. Há inclusive ressarcimento de gastos com cirurgias estéticas
O levantamento foi feito com exclusividade pelo Uol e mostra que os políticos seguem regras, sem vergonha, mas seguem! No caso dos deputados federais, por exemplo, a única ressalva é que cada nota a ser reembolsada apresentada não ultrapasse R$ 135,4 mil, mas não há limite de pedidos.
A transparência, porém, sobre esses gastos também é um ponto crítico. A Câmara omite detalhes sobre os procedimentos realizados e os locais de tratamento, sob a justificativa de proteger dados pessoais e garantir sigilo médico.
Já o Senado não informa quais parlamentares obtiveram o benefício, apenas o total pago.