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Política

08/05/2017 09:30

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Negociou apoio: Delcídio é alvo de nova denúncia e pode voltar para a cadeia

A Executiva Nacional do PROS não teria ajuda da campanha da regional no Estado, conforme dirigente

Mário Márcio Borges, ex-presidente do PROS (Partido Republicano da Ordem Social) em Mato Grosso do Sul, disse em entrevista ao TopMídiaNews, que foi o próprio ex-senador Delcídio do Amaral que negociou com a Executiva Nacional da sigla o apoio do partido durante a campanha em 2014 no Estado. Em denúncias recentes na Operação Lava Jato, ex-dirigentes nacionais delataram que o partido vendeu tempo de televisão de rádio e TV para a campanha do ex-senador, a qual havia se candidato ao Governo do Estado, por R$ 2 milhões.

O caso foi confirmado pelo ex-presidente de honra do PROS, Henrique Pinto, durante entrevista a Rede Globo, quando declarou que o seu partido havia recebido R$ 2 milhões para fazer parte da coligação do ex-senador Delcídio do Amaral. Além do ex-petista, se juntaram outros candidatos na época, Anthony Garotinho (PR-RJ), Marconi Perillo (PSDB-RJ) e Paulo Skaf (PMDB-SP). Henrique ainda denunciou que o presidente Eurípedes Junior, queria R$ 10 milhões por cada candidato, mas que no final, o acordo acabou fechado em R$ 2 milhões.

Em Mato Grosso do Sul, o ex-presidente Mário Márcio Borges, que continua filiado à sigla, afirmou que, em nenhum momento, o partido recebeu verbas vindas da Executiva Nacional, durante o processo eleitoral. "O Delcídio fez o acerto lá em cima com a Executiva Nacional. E, na época, eram eles que deveriam fazer repasses, mas não fizeram. Eles nunca nos ajudaram, nunca recebemos nada da Executiva. Tudo que fizemos aqui, eu tirei do meu bolso".

O atual presidente da sigla, Abrahão Manulei Neto, disse que assumiu a gestão do partido após 2014 e que, por este motivo, não poderia comentar sobre o caso. No entanto, afirmou que quando assumiu a presidência do PROS, pegou o partido com diversas pendências e que estas foram 'deixadas por Delcídio do Amaral, que não havia pago'. "Ele ficou de mandar o dinheiro e não mandou", disse.

No entanto, Manulei afirmou que logo que assumiu o partido, teria recebido um comunicado da Executiva Nacional do PROS afirmando que era para 'se virarem' porque não iriam receber nenhum tipo de apoio financeiro do legenda. "Me falaram que era para se gente se virar aqui. E nessa última campanha não conseguimos fazer vereadores porque não tínhamos o mínimo para fazer campanha. Mas mesmo assim, fomos guerreiros ao termos candidatos".

Mesmo diante das denúncias, o atual presidente disse que o partido não deve fazer uma investigação sobre o caso. "Por aqui, nós não vamos fazer, a não ser que o Ministério Público Estadual queira investigar esse caso. Mas tudo o que aconteceu, foi antes da minha gestão. Quem poderia explicar melhor poderia ser os dois ex-deputados, tanto o Osvani [Ramos] e o Lauro Davi. O Osvani desistiu antes, não sei o que aconteceu, e o Lauro não venceu", lembrou.

Em 2014, o ex-senador Delcídio do Amaral teve como chapa os seguintes partidos, PDT, PSL, PR, PSDC, PV, PROS, PCdoB, PTB, PTC, PPL e PRP. A campanha custou o total de R$ 24.580.891,21. Reinaldo Azambuja, do PSDB, saiu vitorioso e governa o Estado no momento.

Venda de tempo

Para Mário Márcio, os ex-dirigentes do partido na Nacional faziam parte do jogo político para firmar a base. "Eles faziam a social do partido para se reestruturar". E ainda emendou, "enquanto isso, o partido nos outros estados ficava depreciado. E assim, ficou difícil pra nós, como partido sem recurso e criado há pouco tempo, termos condições de eleger candidatos".

E foi justamente esse fato do partido ser novo, que despertou o interesse de outras siglas para que ele viesse a servir de 'aluguel'. A venda de tempo, tanto no rádio quanto na TV, foi realizada em diversas campanhas estaduais e ainda foi sustentada na chapa de reeleição da ex-presidente Dilma Rousseff e do atual presidente da República, Michel Temer, na época, vice de Dilma. O valor negociado chegou a R$ 7 milhões, conforme denúncia feita pela TV Globo.

A comercialização foi denunciada durante a delação premiada de Alexandrino Alencar, ex-diretor de relações institucionais da Odebrecht, a qual afirmou que o Ministério Público Federal, que o Partido dos Trabalhadores havia montando um esquema de compra de tempo para o rádio e TV, cinco partido seriam beneficiados, durante a coligação Dilma e Temer, além do próprio PROS, estaria ligado o PCdoB, PRB, PDT e PP. 

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