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Política

01/09/2020 15:00

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Em Corumbá, abrigo “chinfrim” de ponto de ônibus custa quase R$ 800 mil

Obra com qualidade duvidosa começou em 2019 e denunciante diz que cheira a superfaturamento, já que orçamento inicial era de R$ 200 mil

O término da construção do abrigo de ônibus da Praça da República, em frente à Casa de Cultura Luiz de Albuquerque (ILA), no centro de Corumbá, está dando o que falar na cidade. Isso porque a obra, que foi orçada em R$ 200 mil na época do prefeito Ruiter Cunha, saiu por  R$ 796.714,93 na gestão do prefeito Marcelo Iunes. Corumbaenses já reclamam que a estrutura não está a altura do custo.

A história da obra é antiga, e começou em 2017, com o lançamento de um pacote de obras do falecido prefeito Ruiter Cunha de Oliveira. Conforme o morador que não quis se identificar, a obra teve início em dezembro de 2019 e terminou em agosto desse ano, causando surpresa negativa para a população, pelo valor que triplicou e pela péssima qualidade. O novo abrigo está em fase de finalização. 

(Prefeito Marcelo Iunes no lançamento da obra. Foto: Anderson Gallo/Diário Corumbaense)

A promessa do atual prefeito Marcelo Iunes era que o abrigo de ônibus teria assentos confortáveis, lanchonetes e banheiros, mas o que se vê é apenas uma cobertura, aparentemente frágil, com bancos de concreto e duas construções bem pequenas (dois banheiros e lanchonete). A obra foi realizada pela AM Construtora, através de licitação por tomada de preços.

(Obra do abrigo do ponto de ônibus quase finalizada. Foto: Repórter Top)

No lançamento da obra, no ano passado, Iunes falou que a meta era qualidade, segundo publicação do Diário Corumbaense. “Esse trabalho representa o compromisso da nossa gestão. Vamos trazer uma cobertura digna para os usuários do transporte público municipal que acabaram ficando reféns do sol forte e da chuva, sem nenhuma comodidade e proteção”, falou Marcelo Iunes, destacando que o projeto inclui um local totalmente cômodo, dotado de banheiros, lanchonete e assentos confortáveis para os usuários. “Trabalhamos pela qualidade de vida da população”.

Conforme a denúncia, olhando o material utilizado, a obra não chegaria a R$ 160.000,00.

(Projeto apresentado pela Prefeitura anteriormente. Foto: Divulgação)

Na planilha de gastos é possível verificar que somente em “serviços complementares” (sem especificação) foram gastos R$ 122.300,54.

O outro lado

A reportagem enviou os questionamentos à prefeitura de Corumbá e reproduzimos na íntegra à seguir:

 1-Por que a obra que foi orçada em R$ 200 mil em 2017 na gestão do Ruiter teve esse aumento no valor final?
R: A reconstrução do Ponto de Ônibus Central – destruído em 2016 durante a restauração da Praça da República – foi um compromisso do falecido prefeito Ruiter Cunha de Oliveira e assumido pelo atual prefeito, Marcelo Iunes. Em 2017, no dia 20 de setembro, Ruiter assinou a autorização para realização do processo licitatório para readequação da estrutura instalada em 2016, mas infelizmente faleceu antes mesmo do projeto ficar pronto. Em novembro, após assumir a Prefeitura, Marcelo Iunes optou pela construção de um novo, amplo e moderno Terminal. Isso só ocorreu em 2019, após o IPHAN autorizar a execução da obra, que fica em uma região tombada pelo Governo Federal. Todo o processo de licitação foi feito conforme determina a Legislação e está disponível para consulta no Portal da Transparência da Prefeitura de Corumbá.
2- No lançamento da obra, o prefeito discorreu sobre a qualidade da estrutura, porém os moradores da cidade já reclamam que o abrigo está fora do esperado, pelos materiais e pelo custo. O que a prefeitura diz sobre o serviço entregue pela empresa? É satisfatório ?
R: A obra ainda não foi entregue pela empreiteira, ou seja, ainda não está concluída. A estrutura em construção é muito maior que a anterior, colocada em 2016, e bem mais moderna, acessível e confortável que a primeira, destruída pela gestão municipal anterior.  
3- O que o prefeito pretende fazer em respeito as denúncias de superfaturamento da obra?
R: Não houve superfaturamento na obra em questão. Para efeitos de comparação, a estrutura de metal instalada em 2016 custou, na época, R$ 2.505,00 (dois mil quinhentos e cinco reais) por metro quadrado de área coberta. Na atual construção, o município está investindo R$ 1.201,00 (mil duzentos e um real) por metro quadrado.  

 

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