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Política

13/06/2020 09:30

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Jovens de MS ameaçados por grupos extremistas apenas publicaram opiniões nas redes sociais

“Me senti bastante invadido e ainda estou muito nervoso", conta jovem na "lista do ódio"

Líderes de movimentos sociais? Organizadores de protestos pacíficos e/ou violentos? Nada disso, integrantes de ‘lista do ódio’, divulgada por extremistas para intimidar e ameaçar pessoas consideradas ‘antifas’ (antifascistas), apenas expressaram suas opiniões nas redes sociais.

Estudante de 18 anos, morador de Campo Grande, que prefere não ser identificado para evitar exposição maior ainda, conta que ficou surpreso por entrar na mira de grupos radicais com ação em todo o território nacional.

“Me senti bastante invadido e ainda estou muito nervoso, mas pelas informações que chegaram em mim já existem processos legais acontecendo pelo Brasil. Eu tive sorte de ter pouca informação vazada e isso reforça a ideia de que na internet todo cuidado com seus dados é pouco. Algumas pessoas aqui em Campo Grande mesmo tiveram seus números vazados, e isso é muito perigoso”, alerta o rapaz.

O jovem não chegou a registrar boletim de ocorrência, mas prometeu procurar o Ministério Público para formalizar a denúncia. Já que o ódio “tomou conta” das redes sociais e, apesar de não ser uma atitude a ser normalizada, virou bastante comum, o que surpreende é a escolha dos alvos.

O rapaz listado sequer participou de alguma manifestação antifascista. “Eu adotei a bandeira depois de ler Karl Popper, mas não sou ativo na comunidade. [...] eu gostaria de ser mais ativo, mas acredito que isso possa influenciar meus projetos pessoais”, conta, revelando como a intimidação funciona.

A lista

A lista que está circulando nas redes sociais traz nomes, sobrenomes, fotos e endereços das redes sociais dos chamados “antifas” de todo país. Em pesquisa rápida, ao menos cinco nomes de sul-mato-grossenses estão na mira de extremistas, entre moradores da Capital, Dourados, Corumbá e até Miranda.

Eles estão relacionados conforme a participação nos movimentos antifascistas. Os critérios começam com a criação e administração de páginas do movimento, mas incluem até quem apenas curtiu “várias” páginas a respeito. Ainda não se sabe ao certo o que os extremistas pretendem fazer com a lista.

Deputado Douglas Garcia e seu dossiê - Foto: Reprodução/Twitter

Segundo o jornal El País, o material foi relacionado ao deputado estadual de São Paulo, Douglas Garcia (PSL), que mostrou um calhamaço de páginas avisando que havia recebido entre 700 e 1 mil nomes de antifascistas ao fazer um pedido público em seu Twitter, no dia 1º de junho.

Ele alegou que a lista que circula no WhatsApp não é dele, mas que pediria para a polícia investigar supostas atividades terroristas das pessoas relacionadas em seu material. Também disse que enviava “para a embaixada dos Estados Unidos, e para consulados americanos no nosso país para que tenham ciência, um dossiê com nomes de pessoas em território brasileiro com suspeitas de associação e participação ativa nesses grupos”.

Movimento antifascista

De origem esquerdista, o movimento antifascista tem como principal característica combater o autoritarismo, usando ou não a força. A questão ganhou bastante força com os protestos nos Estados Unidos, após um ex-segurança negro ser asfixiado até a morte por um policial branco.

Como o movimento tem formas diferentes em cada país, no Brasil ele vem sido levantado por pessoas que acreditam na democracia e querem mudanças na forma de administrar do presidente Jair Bolsonaro. Por aqui, os protestos começaram com as torcidas organizadas, que realizaram atos na Avenida Paulista, em São Paulo. Saiba mais sobre o movimento em MS clicando aqui.

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