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Política

15/08/2020 15:32

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Mandetta classifica atitude de Bolsonaro na pandemia como "cambaleante"

De acordo com Mandetta, desde sua saída do ministério, em abril, ele e Bolsonaro não se falaram mais

O ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta afirmou que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) será duramente criticado por isso por historiadores no futuro diante da sua postura na pandemia da covid-19.

Em matéria publicada hoje (15) pelo jornal britânico The Guardian, Mandetta classificou a atitude de Bolsonaro como "cambaleante, interessado em si próprio e anticientífica".

Na entrevista ao The Guardian, Mandetta disse que Bolsonaro teve papel crucial ao direcionar o Brasil a uma "catástrofe" e "brincou de política com a vida dos cidadãos em meio a uma crise global", nas palavras da publicação. O Brasil contabiliza mais de 106 mil mortos pela covid-19 com 3,2 milhões

De acordo com Mandetta, desde sua saída do ministério, em abril, ele e Bolsonaro não se falaram mais.

"É interessante que ele rejeita totalmente a ciência e goza de todos aqueles que falam de ciência. Mesmo assim, quando há qualquer perspectiva de vacina, ele é o primeiro a bater na porta da ciência. Como se uma vacina fosse redimi-lo da sua marcha cambaleante pela epidemia", disse Mandetta.

Segundo o The Guardian, Mandetta ainda criticou uma "sabotagem absoluta" do Ministério da Saúde. Mandetta foi sucedido no cargo pelo oncologista Nelson Teich. Este saiu da pasta menos de um mês após assumir também por divergências com Bolsonaro sobre como conduzir o país na pandemia.

Desde maio, o general Eduardo Pazuello está como ministro interino.

O jornal britânico afirma que Mandetta relatou ter ficado angustiado e impotente diante de toda a situação do Brasil e que Bolsonaro só mantém próximo pessoas que fazem o que ele quer.

"Quando você está em uma situação em que se cerca de pessoas que dizem o que quer ouvir, e não o que é verdade...o líder acaba se cegando perante o que está acontecendo. Ele ouve, mas não escuta. Ele vê, mas não enxerga", disse Mandetta.

"Ele levou o povo brasileiro para um cânion de forma rápida e pessoas caíram e morreram. E, tendo de reconhecer que isso foi um equívoco, isso causou dor. Acho que deve ser politicamente difícil para ele agora", disse Mandetta, ao acrescentar que talvez Bolsonaro mostre "remorso" quando a pandemia acabar.

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