Após articular a defesa do presidente Michel Temer (PMDB) na Câmara Federal, o presidente da Comissão da Reforma da Previdência, Carlos Marun, deputado federal peemedebista de Mato Grosso do Sul, afirmou ao TopMidiaNews, que o projeto a ser apresentado em plenário será muito mais brando do que o original. 

O parlamentar por Mato Grosso do Sul contou que a partir de agora, vai ouvir a base do governo que ficou composta após a rejeição da denúncia, para saber qual é o tipo de reforma que poderá ser feito. 

"Não adianta achar que a gente vai conseguir atropelar. Vamos dialogar com a base’’, revelou o fiel escudeiro de Temer e Eduardo Cunha. O parlamentar disse que o texto, já flexibilizado, que previa idade mínimia para aposentadoria de 62 anos para a mulher e 65 para os homens, não seria aprovado de jeito nenhum. 

Marun acredita que é preciso aprovar mudanças no sistema previdenciário, mesmo que leves, e ‘deixar para o próximo presidente fazer a complementação’. 

O início das conversações deve ocorrer, segundo o deputado, a partir da próxima quarta-feira (1), com o relator da proposta na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) Arthur Oliveira Maia (PPS-BA). 

Críticas

Marun disparou contra os membros da CPI da Previdência, que ocorre no Senado Federal. Esse grupo de parlamentares, encabeçado pelo senador gaúcho, Paulo Paim (PT), disse ter constatado que, ao contrário do que o Governo prega, não há déficit na seguridade social, e sim superávit. O grupo inclusive sugeriu que o teto da previdência poderia passar de R$ 5 mil para R$ 9 mil. 

‘’Com todo respeito, a partir das análises que nós fizemos, são completamente equivocadas essas constatações. Até a Anfip [Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal] que negava o déficit, já adimite que em 2015 o déficit passou de R$ 56 bilhões, ainda menor do que avaliamos’’, explicou. 

‘’É uma ideia maluca, como é que pode uma CPI propor isto’’, acrescentou Marun.