O mandante da morte da vereadora Marielle Franco (PSOL) é o conselheiro e ex-deputado estadual do RJ, Domingos Inácio Brazão. A informação consta em delação premiada do ex-policial militar que atirou na parlamentar, Ronnie Lessa.
As informações vêm da imprensa do RJ, SP e DF. O ''O Globo'' antecipou que no termo de delação havia pessoa com foro privilegiado e por isso dependeria de homologação do Superior Tribunal de Justiça. O The Intercept Brazil trouxe o nome do principal acusado pela execução da vereadora e do motorista dela, Anderson Gomes, em 2018.
Inácio é figura conhecidíssima no RJ. Foi filiado ao MDB fluminense e deputado estadual cinco vezes seguidas. Em 2008 ele foi arrolado como um dos envolvidos em milícias no RJ e teve nome inserido no relatório final da CPI das Milícias, comandada por Marcelo Freixo.
Domingos Brazão é citado em delação premiada (Foto: Reprodução TV Globo)
O então deputado estadual fez campanha para Dilma Rousseff (PT) e, segundo o Metrópoles, era do ''centrão'' da política no RJ. Meses depois, Brazão foi indicado ao Tribunal de Contas do RJ com apoio do Partido dos Trabalhadores.
O detalhe é que Domingos chegou a ser preso pela Operação Lava Jato em 2017, um ano antes da morte da parlamentar, mas solto por decisão do STF e reconduzido ao cargo no Tribunal de Contas.
O conselheiro do TCE foi apontado como envolvido na morte de Marielle Franco por várias vezes e sempre negou participação do crime. O nome dele surgiu tanto na investigação da Polícia Civil e Ministério Público do RJ quando na apuração da PF, depois que o caso foi federalizado.
A delação premiada de Ronnie Lessa corre em sigilo e nem advogado nem a Justiça divulgam detalhes do assunto.
O espaço está aberto para a defesa de Domingos Brazão.