Após meses de polêmicas e reviravoltas, o ex-prefeito Nelsinho Trad, presidente regional do PTB, confirmou na manhã desta segunda-feira (1), o apoio à pré-candidatura do seu irmão, o deputado estadual Marquinhos Trad (PSD).

Durante coletiva de imprensa, os líderes dos dois partidos ainda revelaram o nome da pré-candidata à vice-prefeita da chapa, a bacharel em Direito Adriane Lopes (PEN), esposa do deputado estadual Lídio Lopes, da mesma legenda.

Presidente regional do PSD, Antônio Lacerda, informou que Marquinhos Trad já fechou aliança com o PMN, PEN, PHS, PT do B e agora também o PTB e nega qualquer aproximação com o PMDB, do ex-governador André Puccinelli. “O PTB terá espaço assim como os outros partidos que vieram dar apoio porque concordam com plano de governo e acreditam que o Marquinhos é o mais forte”, declarou.

Nelsinho disse que a decisão de apoiar o irmão foi tomada após consulta aos membros dos diretórios regional e municipal, além de pesquisas quantitativas e qualitativas. “Estamos hipotecando apoio ao partido do Marquinhos Trad, pois ele reúne todas as condições para fazer o enfrentamento. Temos desprendimento de observar que é o momento de união de forças tanto na proporcional quanto na majoritária”, apontou.

Por sua vez, Marquinhos garantiu que “não existe a palavra negociação na busca de apoio” e que todos os novos aliados estão com ele porque acreditam em seu projeto de governo. Também destacou a importância do apoio do PTB, que foi comandado por seu pai, Nelson Trad, e pelos ex-prefeitos Lúdio Coelho e Pedro Pedrossian, além de enaltecer seu próprio currículo, que inclui dois mandatos de vereador, uma nomeação como secretário e 11 anos como deputado estadual.

 Presidente regional do PSD, Antônio Lacerda - Foto: Dany Nascimento

Em relação às denuncias envolvendo seu irmão, citado nas investigações da Operação Lama Asfáltica e denunciado na Coffee Break, Marquinhos pede respeito à família, mas ressalva que o eleitor diferencie os dois políticos. “Quero que todos respeitem a minha família. Cabe a ele provar a inocência e, se não provar inocência, que arque com as consequências. O Marquinhos é o Marquinhos e o Nelsinho é Nelsinho”, resguardou.

Questionado com a possibilidade de ser o novo Alcides Bernal (PP), já que assim como o pepista, o deputado estadual também não possui experiência no Poder Executivo, Marquinhos é enfático e garante que não vai “afundar a cidade” como, segundo ele, o atual prefeito fez. “Eu não sou o novo Bernal. Nós temos uma equipe técnica qualificada já para atender todos os problemas de Campo Grande”, alfinetou.

Quanto ao apoio do DEM, do deputado federal Luiz Henrique Mandetta, primo dos Trads e também investigado pela compra do sistema Gisa para agendamento de consultas do SUS (Sistema Único de Saúde), a resposta deve ficar para quarta-feira (3). Ex-peemedebista, Marquinhos ainda nega qualquer tipo de aproximação com o antigo partido, ao qual deixou com reclamações de perseguição política e isolamento durante a janela partidária, no ano passado.

No entanto, apesar de garantir que não deve procurar a ‘benção’ de Puccinelli, o deputado sinaliza que aceitaria o apoio do ex-líder de Mato Grosso do Sul. “O André sabe o que é melhor para Campo Grande. Ele vive dizendo que Campo Grande é a noiva dele, se ele vier a pedir voto para o PSD... Eu acredito que ele não vai entregar a noiva dele para qualquer pessoa, mas eu não vou procurá-lo”, justificou. 

Candidata à vice-prefeita

Por fim, o candidato ainda anunciou sua companheira de chapa, Adriane Lopes. Além de bacharel de Direito, ela é pós-graduada em administração publica e gerência em cidades e deve funcionar como atrativo para o eleitorado feminino, que busca maior representatividade na política.

A indicação dela foi negociada pelo marido, deputado Lídio Lopes, que optou por apoiar um candidato de oposição ao governador Reinaldo Azambuja (PSDB) após perder o respaldo tucano no município de Iguatemi. Seu irmão, Carlos Lopes, é pré-candidato à prefeitura da cidade, mas deve concorrer sem a principal legenda do Estado.

A ex-secretária municipal de políticas públicas para as mulheres, Liz Derzi, chegou a ser cotado por um grupo minoritário de militantes do PTB, mas nunca chegou a ser candidata real ao posto. Segundo Marquinhos, nunca houve acordo neste sentido, mas ela será “parceira” de seu projeto de governo.