A chegada do jogo mortal ‘Baleia Azul’, que contém desafios perigosos e incentiva o suicídio, dominou a sessão desta quinta-feira (20), na Câmara Municipal. Os vereadores querem que a Semed (Secretaria Municipal de Educação) desenvolva uma cartilha para alertar os professores e pais de alunos sobre a suspeita de casos nas escolas de Campo Grande.

O vereador Wellington de Oliveira (PSDB) trouxe o caso para a Câmara ao usar a palavra livre. O parlamentar denunciou o caso de mensagem falsa que circulou nas redes sociais de que um adolescente chamado Lucas que iria envenenar crianças de escolas e Ceinfs (Centros de Educação Infantis).

Odilon de Oliveira (PDT) chamou atenção que as coisas acontecem embaixo do nariz dos adultos. "O motivo é que os pais fazem ‘das tripas coração’ para comprar um aparelho, mas não tiram um tempo para ficar com o seu filho. Há um distanciamento e eles precisam achar mais espaço para os filhos. Sugiro a criação de uma cartilha e que nós, enquanto parlamentares, oferecermos uma palavra amiga".

Wellington ainda lembrou-se de um episódio sobre a série 13 Reasons Why (Os Treze Porquês), em que a mãe da jovem que cometeu suicídio pergunta ao diretor da escola, se não haviam percebido sobre o comportamento da filha na escola. "Os educadores precisam ficar atentos e não podemos ficar omissos ou negligentes. Nós também precisamos ficar atentos ao comportamento dos nossos filhos".

Valdir Gomes (PP) chamou atenção e afirmou que a escola precisa ficar atenta a mudança de comportamento dos alunos. "Muitos não tem família para desabafar". E reforçado por Júnior Longo (PSDB). "Os professores precisam a ficar atentos também sobre a questão".

O vereador Hederson Fritz (PSD) chegou a mencionar que a Casa vai fazer uma audiência sobre suicídio na adolescência. Porém, Wellington disse que seria necessário tratar uma audiência específica sobre o tema. André Salineiro (PSDB) afirmou que a população também precisa ficar atenta e denunciar o caso à polícia.

Airton Araújo (PT) ainda enfatizou que os pais também precisam ficar atentos sobre com quem os filhos conversam. "Monitorem as redes sociais e olhem os celulares". Ademir Santana (PDT) chegou a sugerir que pode criar projeto de lei que veta uso de aparelhos celulares em sala de aula, mas a lei já existe em todo o Estado.

O pastor Jeremias Flores (PTdoB) chegou a citar um caso ocorrido no Tarumã, de que uma menina de 13 anos teria sido alvo do baleia azul. Por fim, Wellington disse é preciso impor limites. "Precisamos iniciativa pela vida".

Apesar de ampla discussão, nenhuma proposta concreta foi feita pelos parlamentares.