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Saúde

24/10/2018 17:14

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Hospital negou vaga para atender menina que morreu picada por escorpião

Criança chegou a ser encaminhada para a Santa Casa, mas coordenador da UPA também diz que houve demora no transporte do Samu

A coordenação da Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) de Ourinhos (SP), que fez o primeiro atendimento da menina de 4 anos que morreu após ser picada por um escorpião na segunda-feira (22), afirma que a Santa Casa negou o pedido de vaga feito pela unidade após o estado de saúde da criança piorar.

Ainda segundo a coordenação da UPA, somente depois de 4 horas Giovana Mendes foi transferida e recebeu o soro antiescorpiônico no hospital, mas acabou não resistindo após sofrer pelo menos três paradas respiratórias. A direção do hospital informou que tratou o caso como prioridade e negou que não tivesse vaga para atender a menina.

O Samu declarou que, assim que uma viatura foi acionada pela família, por volta das 7h20, "imediatamente deixou a criança e sua mãe na UPA por volta das 7h45, portanto em tempo protocolar exigido". Ainda segundo o Samu, um novo contato foi feito, desta vez pela UPA, às 10h45. Ao entrar em contato com a Santa Casa, local de destino da transferência, foi pedido que aguardasse a confirmação da vaga.

"Após novo contato da UPA, indicando a necessidade de transferência através de 'vaga zero', ou seja, emergencial, deslocamos imediatamente a viatura que efetuou a transferência às 11h15 da UPA para Santa Casa de Misericórdia de Ourinhos."

O Samu informou ainda que "apenas [faz] as transferências solicitadas, e não tem a premissa de gerenciar vagas em qualquer unidade hospitalar, ou determinar a necessidade ou não da transferência... não houve qualquer infração ou descumprimento de normas por parte do Samu que pudesse ensejar qualquer tipo de penalização, no presente caso".

A picada

Giovana foi picada quando colocava uma blusa antes de ir para a escola. De acordo com familiares, a menina pediu para que a mãe colocasse uma blusa de frio nela. Ao vestir, Giovana começou a gritar de dor e a mãe viu o escorpião. Quando tentou tirar o aracnídeo, a mãe também acabou sendo picada. As duas foram socorridas para a Unidade de Pronto Atendimento. A mãe foi atendida e liberada em seguida.

Segundo a coordenação de enfermagem da UPA, Giovana deu entrada no local por volta das 8h de segunda-feira. Na unidade ela foi medicada e levada para observação para a sala de emergência. "Ela não apresentava nenhum quadro clínico, então foi feito o bloqueio e ela ficou para ser monitorada porque ela tinha outras complicações de saúde", afirma Cássia Borges, secretária de Saúde de Ourinhos.

No entanto, por volta das 8h10 ocorreu uma piora no quadro de saúde da menina e a UPA acionou uma vaga na Santa Casa, que teria sido negada. A UPA então acionou o Samu para transferir a criança sob condição de vaga zero. Quando o Samu chegou, a criança estava em estado grave, com hipertensão e dificuldade em respirar, informou a unidade de pronto-atendimento.

Ao chegar à Santa Casa a criança recebeu soro antiescorpiônico, apresentou melhora, mas na sequência voltou a passar mal, foi transferida para a UTI infantil. A menina morreu por volta das 21h15. O corpo foi enterrado na tarde desta terça-feira (23), no Cemitério da Saudade. Segundo o médico dermatologista especializado em acidentes com animais peçonhentos, Vidal Haddad Júnior , o tempo de socorro é essencial para evitar o pior.

"A grande medida contra a picada de animal peçonhento é o tempo de atendimento, quanto mais cedo, menos complicações a pessoa vai ter. Especialmente no caso de crianças e idosos. As pessoas precisam saber que a maioria das picadas de escopião podem ser controladas com anestésico, não precisa nem de soro, mas existe uma porcentagem mais grave, depende também da espécie do escorpião e nesses casos é fundamental que haja o soro e atendimento rápido."

De acordo com o Ministério da Saúde, a grande maioria dos acidentes com escorpiões registrados no país é leve em adultos. Os adultos apresentam dor imediata, vermelhidão e inchaço leve por acúmulo de líquido e suor. Já em idosos e crianças abaixo de 7 anos o risco é maior com alterações sistêmicas nas picadas por escorpião-amarelo, que podem levar a casos graves e requerem soroterapia específica em tempo adequado.

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