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Saúde

Quem toma tubaína também vai pagar pela cloroquina em MS

Usando ou não o remédio, os custos serão divididos por todos sul-mato-grossenses

21 julho 2020 - 13h00Por Vinícius Squinelo

Seja você tomador de tubaína ou de cloroquina – divisão estabelecida pelo presidente Jair Bolsonaro – a realidade é uma só: vai pagar pelo remédio, gostando ou não. Os Estados terão que arcar com o custo de separação, cuidados e distribuição das cartelas do medicamento.

O maior problema – revelado em reportagem do Estadão desta terça-feira (21) – é que o ministro da Saúde Eduardo Pazuello quer que os Governos estaduais resolvam um problema gerado por doações internacionais, especialmente dos EUA, um verdadeiro ‘presente de grego’.

O governo de Donald Trump, dias antes de proibir o uso da cloroquina em seu próprio território, doou cerca de 3 milhões de comprimidos da cloroquina para o governo do amigo Bolsonaro.

A dificuldade é que eles vieram em cartelas de 100. Porém, segundo mandamento do Ministério da Saúde, só devem ser distribuídos em 6 comprimidos de 400mg ou 12 de 200mg. Toda essa separação – que deve ser acompanhada por farmacêuticos e uma gama de outros profissionais – deve ficar a cargo dos governos regionais, livrando os cofres da União do custo.

“Não há racionalidade em defender o uso desses produtos dentro de uma política pública de medicamentos, muito menos para uso de forma precoce”, Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) em nota ao Estadão

Em suma, acreditando ou não na efetividade da hidroxicloroquina, todo sul-mato-grossense pagará pelo uso de cada comprimido.