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Saúde

22/10/2017 09:30

Tempo de espera por consulta na área de psiquiatria pode ultrapassar dois anos

Fechamento da ala psiquiátrica da Santa Casa agrava ainda mais o problema

O tempo de espera por uma consulta psiquiátrica pelo SUS (Sistema Único de Saúde) pode variar de um a dois anos dependendo da idade do paciente. De acordo com ofício da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), datado de 15 de setembro e divulgado com exclusividade hoje pelo TopMídiaNews, adultos precisam esperar, em média, 478 dias por uma consulta enquanto crianças aguardam até 771 dias para ver um especialista.

A situação fica ainda mais grave com o fechamento da ala psiquiátrica da Santa Casa de Campo Grande, que era referência no serviço e ainda abrigava médicos residentes da especialidade. A tabela da Sesau (veja abaixo) foi enviada ao MPE (Ministério Público Estadual), que abriu uma investigação para apurar o caso.

Segundo relatório da coordenadora do Programa de Residência Médica em Psiquiatria da Santa Casa, Cristina Michiko Harada Ferreira, antes do fechamento, a ala do hospital contava com 20 médicos, entre psiquiatras, neurologistas e pneumologistas, três enfermeiras e 20 auxiliares de enfermagem.

Três psicólogos realizavam atendimento complementar no setor de psiquiatria, que abrigava dez leitos para internação. A estimativa do hospital é de que eram realizados cerca de 2 mil atendimentos ao ano. Para referência, foram realizados 163 atendimentos em fevereiro, dos quais 88 foram no serviço de urgência e emergência.

As internações duravam, em média, 15 dias, sendo depressão e transtorno bipolar as doenças mais recorrentes. Dos pacientes atendidos, as condições mais comuns identificadas, em ordem decrescente, foram os transtornos de humor, agitação e agressividade, abuso de substâncias, comportamentos suicidas, transtornos de ansiedade, transtornos psicóticos e delirium.

Já com leitos em falta, eram realizadas entre uma e duas internações diárias, quando havia vagas disponíveis. “Há uma média de dois pacientes/dia aguardando vaga de transferência para tratamento de dependência química. O número restrito de vagas faz com que muitos pacientes sejam liberados para internação domiciliar”, destaca Cristina.

Os médicos ainda evitavam, sempre que possível, a internação de menores de idade e idosos, geralmente por a estadia ser longa nestes casos e também por essas pessoas terem imunidade mais baixa, com exceções para problemas muito graves e menores infratores. Mesmo assim, o déficit permanecia, considerando que o ideal seria, ao menos, 30 leitos.

Prejuízos e remanejamentos

A Santa Casa, que já chegou a ter 42 leitos de psiquiatria e foi sendo sucateada aos poucos, alega que o serviço é muito caro, gerando prejuízo mensal de R$ 226 mil. Assim que anunciou o fechamento, o hospital também garantiu que compraria leitos no Nosso Lar, mas nenhuma negociação foi fechada.

Para o Ministério Público, a Sesau alegou que faz a sua parte e realizou, recentemente, concurso público estando apenas aguardando a convocação dos especialistas. Também garantiu que realiza “remanejamentos de agenda estendida com objetivo de ampliar oferta de vagas em especialidades com maior fila de espera”.

“Outra ação realizada para diminuição do tempo de espera ao primeiro acesso à especialidade é a regulação das consultas especialidades dos serviços hospitalares em sua totalidade”, conclui a Secretaria.

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