O bloco Capivara Blasé, já tradicional no carnaval da Capital, inovou e botou centenas de crianças para festejar em sua primeira edição de matinê, na Esplanada dos Ferroviários. O motivo do sucesso, segundo os organizadores, é a combinação de boa estrutura e boas atrações. 

O que chamou a atenção na festa das crianças foram as fantasias. Odalisca, bailarina, princesa e os clássicos super heróis, como batman e super-homem tomaram conta de uma das ruas da esplanada. Em plena tarde de segunda-feira, e debaixo de um sol bem quente, a animação dos pequenos contagiou os adultos, ao som das tradicionais marchinhas.  

(Adultos e crianças brincaram no bloco Capivara Blasé - Foto: Thiago de Souza )

''Olê olê, olê olá, eu quer ver você capivarear'', dizia uma marchinha que homenageia o bloco. Segundo o fundador do grupo, o ator Vitor Samúdio, a animação do público leva a festa até tarde da noite. ''Nosso bloco é da noite, criamos essa edição para as crianças, mas nossa festa para os adultos começa às 20h e termina às duas da manhã. É o bloco que vai até mais tarde na avenida'', explicou Samúdio. 

A autônoma Patrícia Prado,32, veio com um grupo de oito pessoas. Ela cuidava da sobrinha Alice, de apenas dois anos e aprovou o espaço para as crianças na festa. ''É a primeira vez que a gente tá vindo e tá muito bacana. Tem boa estrutura e policiamento'', elogiou.

Como de costume, os blocos que se apresentam na esplanada dos ferroviários são bastante democráticos e diversos. Na calçada, a enfermeira aposentada Maria dançava o tempo inteiro. Ela vestia uma fantasia bem exótica de dançarina, mas disse que é o que usa no dia a dia. 

Quem chegou cedo e prometeu aproveitar bastante era a estudante Ana Sandim,20, que disse ter escolhido o Capivara Blasé pelas atrações musicais. ''É o terceiro ano que eu venho aqui, as bandas são legais e o bloco é um dos mais tradicionais'', elogiou a jovem. 

Alegria e faturamento

Quem estava bastante animado em meio a festa da criançada e dos adultos eram os vendedores. Somente de cerveja, eram pelo menos cinco pontos de venda, espalhados ao longo de 150 metros. Do lado de fora do bloco, mesmo com o trânsito liberado na Rua 14 de Julho, havia pelo menos dez barracas vendendo bebida alcoólica, na chegada dos foliões. 

(Carlos pretende faturar R$ 600 no bloco - Foto: Thiago de Souza)

Dentro do bloco, o vendedor de churros comemorava as vendas. Com experiência em vender em festa de carnaval há 30 anos, Carlos Alberto Costa dizia que é bem melhor vender para crianças. ''Criança consome mais, é melhor que adulto, adulto você tem que ralar mais para vender, já que eles só querem beber. 
Costa espera faturar entre R$ 600 e R$ 700, o que para ele é muito bom. O ambulante reclamou apenas dos fiscais da Semadur, que fiscalizam o comércio. ''Aqui tá ótimo, mas tem a Semadur que atrapalha a gente, e eu só dependo disso para sobreviver'', relatou. 

Dois food trucks estavam dentro do cercado por onde o bloco passa. Em um deles, o proprietário comemorava e estimava o faturamento da noite em seis mil reais. ''Vende muito hamburguer, e o meu produto é de qualidade, é hambúrguer de costela'', explicou Luan Garcia.   

(Faturamento com o food truck pode chegar a seis mil, diz dono - Foto: Thiago de Souza)