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‘Baleia Azul’: Para psicóloga, jogo da morte é um dos males de geração ‘adotada pela internet’

Profissional alerta que família deve estar atenta aos sinais de vulnerabilidade emocional em crianças e adolescentes

Está em todos os lugares: na televisão, internet e conversas em elevador. O perigoso desafio ‘Baleia Azul’, que lista série de ordens como automutilação e até mesmo suicídio, preocupa a sociedade e emite aviso de urgência em se dialogar sobre o que leva crianças e adolescentes a seguirem o ‘jogo’.  Entre boatos e sensacionalismo que noticiam mortes relacionadas ao que seria um fenômeno no Brasil e no mundo, a reportagem do TopMídiaNews conversou com especialista para entender melhor o assunto.

Para a psicóloga Kátia Mendonça, especializada em Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) e com 24 anos de experiência na área, casos como esse demoraram a acontecer. Há cerca de seis meses a profissional acompanha a popularização da perigosa ‘brincadeira’ – que teria surgido na Rússia – pelas redes sociais. Em sua opinião, os tempos de uso intenso das redes sociais e falta de atenção familiar acabam resultando em uma geração fragilizada e ‘adotada pela internet’.

Segundo a psicóloga, pais estão cada vez mais distantes dos filhos e, como solução rápida para as próprias angústias do dia a dia, não controlam o uso de computadores e smartphones de crianças e adolescentes, sobrando pouco tempo para o diálogo real.  “São tempos difíceis, mas isso não é desculpa para não se aproximar de seu filho, conversar, sair, acompanhar sua rotina”, avalia.

Automutilação é um dos desafios propostos. (Foto: Reprodução)

“Tem a questão do grupo, o adolescente é levado ao modismo, muitas vezes sem questionar. Só aceita participar quem está já fragilizado, por isso observar é importante. Essa criança já está em estado de vulnerabilidade e não tem nada a perder, podendo colocar um fim na própria dor através desse jogo”, completa.

A automutilação, um dos desafios propostos, é característica frequente de pacientes que estão psicologicamente prejudicados, como um pedido de ajuda silencioso, mas evidente. “É uma tentativa de buscar socorro, porque ninguém em bom estado psicológico vai provocar um ferimento em si mesmo. É uma medida agressiva, mas é escolha de quem já tem alguma tendência de transtorno emocional”.

Desafio

Os 50 passos do desafio ‘Baleia Azul’ começam de maneira ‘leve’ - no início, são delegadas tarefas como assistir a filmes de terror, ouvir músicas psicodélicas e desenhar uma baleia azul em um papel, como explica matéria publicada no Portal Terra. Com o passar dos dias, os adolescentes chegam a ser desafiados a se pendurarem em lugares altos e se automutilarem, ou até tirarem a própria vida.

Sensacionalismo

Contudo, ela classifica que muitas das informações expostas na mídia sobre o caso não passam de sensacionalismo ou notícias ‘caça-cliques’, muitas vezes formados por relatos falsos que surgem em boatos. “A maioria dos jovens tem discernimento para encarar que a ‘Baleia Azul’ não é algo legal. Quem participa tem problemas sérios, que não podem ser generalizados, simplificados. É um assunto que chama atenção, mas é preciso se informar pelos canais certos e não acreditar em tudo que se lê”, diz.

Sinais de alerta

Mudanças de comportamento como o isolamento, utilização de roupas compridas para esconder os braços, uso excessivo de computador ou celular, agressividade, irritabilidade ou até aparente apatia podem ser alguns indícios de que algo não vai bem e devem servir como alerta para professores, diretores de escola, pais e mães, relaciona a psicóloga.

“Nesses casos, o acompanhamento profissional pode ser de grande ajuda. Há canais de tratamento gratuito em algumas universidades de Campo Grande, como a UCDB e UFMS. As escolas públicas infelizmente não têm esse suporte, o que seria fundamental, mas o importante é que não se fique em silêncio por medo ou tabus”, finaliza.

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