A Operação Deriva  - força-tarefa que apura irregularidades na aplicação de agrotóxicos por empresas de aviação agrícola - fiscalizou propriedades rurais por dois dias e ao final apreendeu sete aeronaves e autuou quatro empresas suspeitas de cometer dezenas de infrações em R$ 270 mil.   

Promotores dos ministérios público estadual e federal, policiais civis e militares, agentes do Ibama, do Ministério da Agricultura, agência sanitária estadual e secretaria Estadual de Saúde, participaram da ação, que vistoriou hangares localizados em Chapadão do Sul e Costa Rica. 
 
De acordo com a força-tarefa, a Comanche Aviação foi lacrada e multada em R$ 250 mil por realizar atividade de pulverização agrícola sem a devida licença. Nessa empresa, uma aeronave foi interditada por alteração na forma de combustível sem autorização da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) e ainda foi autuada pela prática de táxi aéreo clandestino. A fiscalização, segundo os órgãos, também encontrou aviões com marca de acidente aéreo sem registro de qualquer comunicação aos órgãos competentes. 

(Força-tarefa fiscalizou aplicação irregular de agrotóxicos - Foto: MPT e MPF)

A Iaco Agrícola foi autuada por manter em depósito galões de agrotóxicos vencidos, o que é proibido por lei. Os produtos foram apreendidos e a empresa multada em R$ 20.700. A Iaco foi igualmente autuada por contratar a empresa Comanche, que não possui autorização de operação. Já a JM Aviação Agrícola teve suas atividades suspensas por irregularidades no pátio de descontaminação e pela ausência de licenças e certificados exigidos pela Anac na operacionalização de aeronaves.

A Aviação Agrícola e Logística Chapadão do Sul foi interditada por irregularidades em seis aeronaves, falta de apresentação de licença de operação, alteração no motor de aeronave, bomba eólica sem prévia autorização e documentos aeronáuticos vencidos foram algumas das falhas constatadas pela perícia técnica.

Para o Promotor de Justiça e Assessor do Núcleo Ambiental vinculado aos Centros de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça do Meio Ambiente, da Habitação e Urbanismo e do Patrimônio Histórico e Cultural, Luciano Furtado Loubet, o resultado da operação foi excelente uma vez que foi a primeira iniciativa de atuação integrada entre os Ministérios Públicos e outros órgãos. 

A Operação Deriva, batizada em referência a situações em que o agrotóxico não atinge o local desejado e se espalha para outras áreas. 

(Segundo autoridades, empresas de aviação agrícola tinham irregularidades - Foto: MPT e MPF)