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22/06/2018 11:54

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Abatido, Messi chega ao limite na Argentina

Craque é apático contra Croácia e se vê em situação extrema diante da Nigéria: ou reescreve a própria história em Copas ou o peso de mais um fracasso põe em risco sequência na seleção

A feição preocupada ainda no hino nacional era o retrato de um craque desnorteado. Lionel Messi vive na Rússia, muito provavelmente, seu maior momento de provação. Oásis de esperança em um deserto de talento e organização que se transformou a Argentina na Copa do Mundo, o camisa 10 e capitão deixa evidente a cada jogada, a cada expressão, que a pressão de 40 milhões à espera de uma genialidade está pesada demais sobre seus ombros. O reflexo disso é um jogador apático, abatido e irreconhecível.

As cobranças pelo pênalti desperdiçado na estreia diante da Islândia, quando, sim, chamou para si a responsabilidade e tentou resolver a partida, não surtiram efeito positivo em Messi. Na derrota acachapante para Croácia, o que se viu foi um jogador omisso e sem forças para reagir diante da inoperância de seus companheiros. As estatísticas ajudam a explicar uma atuação como pouco se viu de um dos melhores jogadores da história.

Escalado mais perto da área, Leo teve menos a bola em seus pés e foi presa fácil para marcação croata. Era comum vê-lo no centro de um quadrado de adversários preparados para impedir que sequer fosse acionado, por mais que isso refletisse em maior liberdade para argentinos menos dotados de habilidade. Durante os pouco mais de 96 minutos de bola rolando, deu apenas 31 passes, menos que os 36 de Caballero, vilão da noite.

Messi contra a Croácia: 31 passes efetuados, 29 recebidos, uma finalização bloqueada e 7.61km percorridos

A dificuldade para que a bola chegasse até seus pés também é evidenciada em números. Foram apenas 29 passes recebidos, somente o sétimo mais acionado pelos companheiros, empatado com Mercado, e apenas três a mais que o goleiro. Números que ficam ainda mais impressionantes se comparados aos da estreia: 65 passes efetuados e 76 recebidos. Mais do que o dobro.

E Messi não soube se agigantar na dificuldade. A medida em que as jogadas não fluíam, o craque murchava e parecia até se esconder da partida. A cada gol croata, a imagem do telão imediatamente caçava sua reação incrédula e desanimada. Não à toa, passou 84% do tempo da partida caminhando - com velocidade de 0 a 7 km/h - segundo a Fifa: 80 minutos e seis segundos. Arrancada mesmo, raras vezes. Em apenas 1% variou entre 20 e 25km/h.

De jogador com maior número de finalizações da primeira rodada (11), Messi se tornou peça nula no ataque contra a Croácia. Arriscou apenas uma vez, em rebote de chute de Meza, no segundo tempo, mas foi bloqueado por Rakitic. A demora para reagir diante de Subatic na única boa oportunidade da Argentina no segundo tempo também exemplifica o quão disperso estava em campo.

Na próxima terça, Leo terá contra a Nigéria a última oportunidade de mudar a história na Rússia. Para muitos, a última oportunidade de mudar sua história com a camisa da seleção. E novamente aqueles 40 milhões depositarão toda esperança em seus pés para evitar uma vergonhosa eliminação precoce na fase de grupos.

- Messi está prejudicado por não encontrar um time que se acomode melhor a ele - tentou defender Jorge Sampaoli em entrevista coletiva em Nizhny Novgorod.

A realidade, porém, aponta para gênio com histórico decepcionante em campeonatos mundiais. Seja pela eterna comparação e expectativa para que repita Diego Maradona ou simplesmente por maus momentos, Messi segue em dívida na competição mais importante do futebol. São quatro participações, 17 partidas e somente cinco gols marcados.

Do garoto de 18 anos que estreou com balançando as redes diante da Sérvia e jogou 121 minutos em 2006 até o capitão pressionado prestes a completar 31 anos em 2018 (no próximo domingo), houve uma Copa inteira em branco na África do Sul, em 2010, e lampejos que levaram a Argentina ao vice-campeonato quatro anos depois, no Brasil.

Chegar tão perto do troféu em nada amenizou as cobranças de um país inteiro sobre Messi. Pelo contrário, os vices consecutivos também diante do Chile nas Copas América de 2015 e 2016 o desgastaram ao ponto de anunciar a aposentadoria da seleção.

O Mundial de 2018 surgiu como último suspiro e agora não há mais chance de errar: ou muda a história diante da Nigéria, ou se despede da Rússia sem o menor motivo para sorrir. Algo que, por sinal, foi raro em sua passagem por aqui.

 

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