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15/05/2017 09:44

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Análise: mudanças não amenizam erros, e São Paulo preocupa na estreia

Tricolor sucumbe a falhas individuais e não consegue se impor taticamente após sofrer o gol em derrota de 1 a 0 para o Cruzeiro no Mineirão

Rogério Ceni não pode ser acusado de não tentar. Neste domingo, na derrota de 1 a 0 para o Cruzeiro na largada do Brasileirão, o treinador apostou em uma nova formatação tática e em peças diferentes para sua equipe. Era necessário mudar. Afinal, começava ali a quarta tentativa tricolor de triunfar em uma competição na temporada - depois de fracassar nas três primeiras: Paulistão, Copa do Brasil e Sul-Americana.

A mudança foi a passagem ao esquema 3-4-2-1 – uma variação do 3-4-1-2 testado no começo do ano. A aposta teve o mérito de aumentar a compactação defensiva da equipe. Mas naufragou – sobretudo por causa da sucessão de erros individuais do time tricolor no Mineirão

O esquema sobreviveu até o gol de Ábila, aos dois minutos do segundo tempo – um gol que, na curiosa definição do treinador, nasceu de um erro “medonho”. Maicon deu um bico na bola e ficou reclamando enquanto o Cruzeiro batia o arremesso lateral que resultaria em passe de Alisson para gol de Ábila. Ali ruía a proposta de jogo que mantinha o empate por 0 a 0. 

Até ali, o São Paulo fazia partida regular. O jogo era feio, com os dois sistemas defensivos permitindo que os adversários trocassem passes em uma zona morta do campo. Erros de passes sucediam-se de lado a lado – e nenhuma das equipes conseguia aproveitar eventuais contra-ataques.

As apostas individuais de Ceni também cumpriam seu papel com simplicidade: Militão na trinca de defesa, ao lado de Maicon e Rodrigo Caio; Thiago Mendes aberto pela direita em uma linha de quatro meias, com Jucilei, João Schmidt e Júnior Tavares; e Marcinho fazendo dupla com Cueva na assistência a Lucas Pratto. Marcinho, por uns dez minutos, se acendeu na partida e incomodou o Cruzeiro. Foi dele a jogada para a melhor chance do São Paulo na partida, desperdiçada por Cueva.

Mas aí veio o gol de Ábila, e Ceni foi obrigado a mexer na equipe. O erro cometido por Maicon já tinha sido ensaiado por Rodrigo Caio no primeiro tempo – desarmado com enorme facilidade por Ábila, que chutou em cima de Renan.

A desvantagem levou o treinador a tirar Militão e colocar Thomaz. A ideia era deixar o time mais ofensivo. Mas aí aconteceu o mais preocupante do São Paulo na partida: a incapacidade de agredir o adversário. O Cruzeiro deu a bola ao São Paulo, que não teve a mais vaga ideia do que fazer com ela.

O Tricolor teve 60% de posse. Ficou com a bola 12 minutos a mais do que o adversário. Mas criou o quê? Chutes de longe de Luiz Araújo; bolas levantadas na área (foram 26, o dobro do Cruzeiro); um bom domínio de Gilberto – seguido de giro para fora.

CONFIRA OS NÚMEROS DO JOGO:

•              Posse de bola: Cruzeiro 40% x 60% São Paulo

•              Finalizações: Cruzeiro 8 x 14 São Paulo

•              Finalizações para fora: Cruzeiro 2 x 7 São Paulo

•              Chances reais de gol: Cruzeiro 4 x 5 São Paulo

•              Bolas levantadas na área: Cruzeiro 13 x 26 São Paulo

•              Passes errados: Cruzeiro 44 x 37 São Paulo

O Cruzeiro anestesiou, amorteceu, sufocou qualquer possibilidade de reação do São Paulo. Tecnicamente, os jogadores foram incapazes de criar algo que desestruturasse a marcação; taticamente, não houve naturalidade, não houve triangulações, não houve ações combinadas capazes de quebrar as barreiras celestes.

E isso entra na conta do treinador. Da mesma forma que ele não pode ser cobrado por um zagueiro que bobeia em um lateral (ou por outro que fica estirado no gramado enquanto o centroavante adversário entra sozinho na área), é natural que responda pela falta de alternativas de seu time.

O São Paulo já jogou melhor nesta temporada – por exemplo, no segundo jogo contra o próprio Cruzeiro na Copa do Brasil. A impressão deixada pelos últimos jogos é de que o time regride no momento em que mais deveria evoluir (quando tem tempo para treinar). Ceni, inteligente que é, provavelmente já diagnosticou isso – ele disse, na coletiva pós-jogo em Belo Horizonte, que sua equipe “não vive o melhor momento do ano”. Mas diagnosticar é só o começo para o mais importante: entender as causas da queda e corrigi-las.

 

 

 

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