O presidente do Grêmio, Romildo Bolzan, afirmou em entrevista ao SporTV que o Tricolor gaúcho não teve "a iniciativa de invadir o espaço de ninguém" diante do questionamento do uso de drones para ter informações sobre treinamentos secretos do Lanús.

- O Grêmio nunca admitiu o uso disso. O Grêmio tem um posicionamento de busca de avaliações, tem um centro (de avaliações) extremamente competente. Nada mais público que um jogo de futebol. Porque o Grêmio vai jogar 80 partidas este ano, o Lanús jogou 60 partidas. Sinceramente, o que temos para esconder é muito pouco. Não temos essa prática (de uso de drone). O que temos aqui são avaliações - afirmou em entrevista ao "Seleção SporTV", acrescentando:

- O que é mais amplo: é a ética, é o fair play, é a moralidade? Então o futebol é imoral. Porque todo mundo se utiliza desse expediente. O futebol se tornou uma coisa imoral? Não. É uma prática de informações também. As primeiras informações são do jogo. Não tomamos a iniciativa de invadir o espaço de ninguém. Pode ter certeza absoluta (...) A gente tem as informações, mas não foram informações que foram determinadas, originadas, solicitadas pelo Grêmio. Do ponto de vista daquele tipo de comportamento, de procedimento. Isso não. Absolutamente não (se foram feitas acareações sobre a denúncia). Estamos absolutamente determinados para a partida. A partida é que vale. Jogar a partida com o menor risco de influência externa. O que temos feito neste momento é deixar a situação sob controle de modo que não afete o ânimo, a parte emocional dos jogadores - disse, em entrevista concedida na Arena.

Na segunda-feira, reportagem da ESPN revelou que uma pessoa supostamente contratada pelo clube gaúcho teria tentando filmar treinos secretos do Lanús, adversário do Grêmio na final da Libertadores, com um drone. Segundo a apuração do canal, esse expediente teria sido usado em relação ao treinamento de outros clubes, casos do Botafogo e Vasco.

Sobre a declaração do treinador Renato Gaúcho, de que "o mundo é dos espertos", Bolzan disse que encarou a afirmação "no sentido positivo". E disse que "o mundo é dos éticos".

- Eu não tomo no contexto da esperteza pelo lado da safadeza, da malandragem. No tomo essa frase no contexto da esperteza do mal. E sim no sentido positivo. Esperto, inteligente e ao mesmo tempo ético. É claro que o mundo é dos éticos, dos corretos. Os espertos, no sentido pejorativo, no sentido mal intencionado, têm vida curta.