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Na Capital, clown escocês Johnny Melville afirma não ser palhaço

Alegria das multidões

18 janeiro 2014 - 06h00Por Renan Gonzaga

Ele já se apresentou para 250 mil pessoas em um parque na Holanda, e é considerado uma lenda entre os clowns de todo mundo. Em Campo Grande, além de ministrar um workshop sobre técnicas de teatro, se apresenta nos dias 19 e 20 com o espetáculo The Best of Johnny, que reúne os melhor dos seus 40 anos de carreira.


Primeiramente Johnny faz questão de explicar a diferença dos termos: “Eu não sou palhaço, porque eles fazem um tipo de comédia mais tradicional, já o clown é mais artista”. A palavra clown é de origem inglesa, do século 16. Etimologicamente vem de clod, que significa camponês. Algumas pessoas acreditam que os dois termos representam a mesma coisa, enquanto outros dizem que são 'pensamentos' distintos.

 

“Na minha opinião o clown é diferente porque o palhaço é um personagem que vive em circo, que tem nariz vermelho e é mais limitado nas apresentações. Já o clown é um personagem que tem técnicas de ator, que faz apresentações mais diversas, como teatro, filmes, poesias, pinturas e cantos. É mais uma expressão pessoal”, defende Melville.


Johnny Melville durante apresentação. (Foto: Reprodução)


Durante sua carreira que ultrapassa quatro décadas, o artista foi muito aplaudido pela crítica e principalmente pelo público. Recebeu várias premiações e homenagens pelo mundo por causa do seu trabalho, que segundo ele, é um momento bom para qualquer profissional, mas que não merecem muita importância.


Ele acredita que os prêmios são inventados para assegurar que o nome do artista “viva mais”, ou seja, que será lembrado por muito tempo. “O Oscar é uma coisa que se necessita para validar o trabalho. Eu não acredito nisso, se o prêmio vem a mim eu fico agradecido, mas não vou sair me gabando. Se eu não sou uma boa pessoa, esse prêmio não significa nada”, afirma.


Entre os melhores momentos de sua carreira, ele destaca um espéculo que dirigiu e apresentou durante os Jogos Olímpicos de Barcelona, na Espanha, em 1992. “Tinha uma apresentação com dois mil atletas, e você pode imaginar que atletas não estão acostumado com teatro. Então pensa como foi”, relembra.


(Foto: Reprodução)


Outro momento de grande importância foi a apresentação que fez para 250 mil pessoas na Holanda, durante um protesto contra os mísseis americanos. “Me convidaram para fazer alguma coisa e eu não sabia que eram tantas pessoas, pensava que seriam umas 30 mil no máximo. Então eu cantei uma canção e falei algumas palavras contra os mísseis”, comenta Johnny.


Mesmo com receio da multidão não gostar do seu show, ele resolveu arriscar questionando se todos concordavam com ele. “Eu pensei que todo mundo ia ficar quieto, mas todos me responderam. Este foi um dos meus melhores momentos”, diz o clown.


O espetáculo The Best of Johnny será apresentado nos dias 19 e 20 de janeiro às 20h no Teatral Grupo de Risco, que fica na Rua José Antônio, número 2170. Os ingressos custam R$ 30,00 inteira e R$ 15,00 meia. Questionado sobre porque as pessoas deveriam assistir ao seu show, ele responde: “Eu creio que posso fazer rir. Quando se vai ao teatro tem que rir até a barriga doer.”


O artista durante o workshop realizado em Campo Grande. (Foto: Renan Gonzaga)


No dia 19 de janeiro, às 15 horas, também haverá apresentação do espetáculo “Onde está a primavera?”, com Carolina Feliu, do Chile. O espetáculo, com direção de Johnny Melville, é uma mistura de clown, magia, malabares, dança, marionetes e reciclagem. Pensado especialmente para o público infantil, mas os adultos riem como crianças.