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Em Campo Grande, colecionadores promovem 'viagem ao tempo' através de objetos históricos

Loja de antiguidades tem mais de mil peças; vamos conhecer um pouco dessa história?

08 julho 2019 - 13h10Por Maressa Mendonça

A história da humanidade pode ser contada pelos objetos comercializados em Campo Grande por João Samper, de 67 anos, e Ivanilson Nogueira, de 42 anos. Eles são sócios de uma loja de antiguidades em que é possível encontrar desde uma espada samurai de 1650, uma cornucópia grega, geladeira movida a querosene e até um âmbar que deve ter uns 600 milhões de anos. 

Pedras antigas podem ser o início dessa viagem, que passa também pelos hábitos de outros tempos. Um dos objetos que dá indícios das mudanças é uma descalçadeira de ferro. “A maioria das casas tinha, perto da porta”, eles explicam. Era só encaixar no calcanhar e pronto, os sapatos e botas eram retirados facilmente sem precisar usar as mãos. 

Ferros de passar roupa à brasa e geladeira à querosene demonstram que as atividades domésticas já foram mais difíceis. A cornucópia, um vaso de cristal em forma de chifre, apresenta a crença do povo grego. É uma das peças mais caras do local, custa R$ 5 mil. 

Os artigos militares, como armas e capacetes antigos, também contam histórias. Um dos que mais chama atenção é um mongol, feito de couro de animal. “Ser humano sempre brigando”, analisa João Samper. 

Imagens de políticos como Getúlio Vargas estampadas em cédulas de dinheiro ajudam a complementar toda essa viagem histórica e o toque de um relógio cuco faz o som de um tempo mais antigo. 

OS COLECIONADORES

João e Ivanilson são colecionadores e explicam de cara a diferença entre quem coleciona e quem só acumula: a organização e a pesquisa. Na casa onde estão expostos os materiais que eles comercializam é possível observar bem a divisão. Artigos militares de um lado, pedras de outro, máquinas fotográficas, cédulas, rádios antigos, ferramentas, lustres. 

As mais de 1000 peças expostas ali são resultado de coleções que começaram há anos. João Samper, por exemplo, criou o hábito após ganhar selos postais do irmão. O hobbie de Ivanilson é um pouco mais recente, começou em 2012. “Colecionava de alfinete a réplica de avião, tudo antigo”, lembra.

Esta ideia de comercializar começou um pouco depois. Eles explicam que faz parte da prática de colecionar o hábito de vender. A ideia é comprar mais objetos.  Os dois concordam que no início foi difícil se desfazer de alguns artigos da coleção, mas, segundo eles, é preciso se acostumar para não sofrer. “Não pode se apegar”, diz Ivanilson. 

AS VISITAS 

Prova que eles não são tão apegados assim é que as coleções podem ser observadas por visitantes. Alguns chapéus estão disponíveis para serem experimentados por quem quer tirar foto. A Loja fica na RUA Silvio de Andrade nº 645 na Vila Planalto, em Campo Grande.