Após prisões, o prefeito Alcides Bernal (PP) aproveitou para alfinetar o seu adversário político, Gilmar Antunes Olarte (PP). "Não existe impasse entre mim e ele, até porque você só vive impasses com quem tem como competir com você e ele não disputa nada comigo, ele fez o que todos vocês sabem. Eu confio no Poder Judiciário".

Em relação às declarações da ex-primeira-dama, Andreia Olarte, que acusou a polícia de trabalhar com interesses políticos, Bernal retruca que ela não deveria provocar as autoridades constituídas. "É preciso respeitar as autoridades, pessoas que estão sendo investigadas não devem afrontar as autoridades, tentar distorcer a situação".

Andreia, no entanto, afirma que a prisão tem cunho político, pois foi detida no último dia para registro de sua então desejada candidatura para vereadora da Capital.

Apesar dos problemas, o prefeito garante que se mantém focado nos assuntos ligados a gestão municipal e confia na Justiça. "É o que eu sempre digo, precisamos confiar no Poder Judiciário, nas instituições, na polícia. Eu continuo focado nos assuntos ligados a Campo Grande".

Ele prefere não comemorar a prisão, mas destaca que os acontecimentos ‘comprovam’ o rombo nos cofres públicos supostamente realizados por Olarte. "É uma questão lógica, a situação que ele deixou a prefeitura, encontrei a prefeitura defasada, sem dinheiro".

Prisão

No momento da prisão feita por policiais do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), Gilmar negou as acusações e disse que não faz parte de nenhum esquema criminoso envolvendo a compra de imóveis e, assim como a esposa, acredita que a prisão teria cunho político com objetivo de evitar que Andréia dispute o pleito eleitoral em 2016.

De acordo com o MPE (Ministério Público Estadual), "as prisões e os mandados de busca e apreensão foram expedidos no bojo de procedimento investigatório criminal conduzido pelo Gaeco, onde se apura a prática dos crimes de lavagem de dinheiro, associação criminosa e falsidade ideológica".

Além de Gilmar e Andreia, Evandro Simôes Farinelli e Ivamil Rodrigues de Almeida também foram presos temporariamente. As buscas por documentos foram realizadas nas residências e nos endereços comerciais do grupo.

As investigações tiveram início a partir da quebra de sigilo bancário da empresa que pertence a Andréia, Casa da Esteticista, entre os anos de 2014 e 2015, enquanto Gilmar ocupava o cargo de Chefe do Executivo Municipal.

Conforme as investigações, enquanto Gilmar comandava a Capital, Andréia adquiriu diversos imóveis, alguns em nome de terceiros, com pagamentos de quantias elevadas, que intercalava entre dinheiro, transferências bancárias e depósitos, gerando incompatibilidade com a renda do casal.