De hospital em hospital, familiares de Silvio Fernandes Menezes, 85 anos, tentam conseguir tratamento adequado para o câncer na bochecha do idoso, que se espalha rapidamente por seu rosto. Há meses, as respostas têm sido negativas, mesmo que o quadro seja de desnutrição e visivelmente grave.
A neta Kessya Fernandes Lopes relata que mesmo com a fragilidade do avô, os pedidos de internação foram negados no Hospital Rosa Pedrossian, que o encaminhou ao Hospital de Câncer Alfredo Abrão. Nesta unidade, o idoso também não conseguiu tratar o quadro de desnutrição, para assim poder passar por sessões de radioterapia.
“Ele apresenta fraqueza pelo fato de, durante o tratamento, ninguém solicitar sonda, mesmo sabendo que existe a ferida na boca, dificultando a alimentação. O médico que pediu a radioterapia mandou embora para casa ficar esperando, a base apenas de dipirona, e sem ao menos pedir para colocar uma sonda, mesmo sabendo que dentro da boca dele estava um buraco enorme e com muita dor ao mastigar, sangrando, etc”, conta.
A família buscou também ajuda na Defensoria Pública para solicitar o atendimento e alimentação via sonda nasoenteral, mas mesmo com laudo do nutricionista, o pedido foi negado pela rede pública de saúde. Até então, o cuidado é feito improvisadamente, com alimentação caseira de difícil ingestão para o idoso.
“Já gastamos horrores com medicação e remédio para curativo que a rede pública não tem. Hoje essas feridas estão se espalhando pelo rosto, a ferida aumentando, o câncer está comendo o rosto dele, chegando perto dos olhos. Solicitamos uma internação com um tratamento de urgência, para que ele tenha uma dignidade, mesmo sendo bastante idoso”, clama a neta.
A reportagem entrou em contato com o Hospital de Câncer Alfredo Abrão, Secretaria Estadual de Saúde e a Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul, mas não obteve resposta até a publicação desta matéria.