O ex-secretário de Obras de Campo Grande, João Antônio de Marco, pode ter gasto até R$ 100 mil para bancar uma UTI aérea que o tirou da Capital e o levou até o Sírio Libanês, em São Paulo, em razão da covid-19. O detalhe é que De Marco está com cerca de 100 milhões bloqueados pela Justiça, em processos que envolvem fraudes em licitações.
A informação veio da Revista Veja, que fez uma reportagem para mostrar o crescimento dos serviços de UTI Aérea nesses tempos de pandemia. A publicação destaca que o serviço é para poucos endinheirados, já que o transporte pode custar até R$ 100 mil, a depender da distância.
João Antônio de Marco, apresentado como empresário e pecuarista, foi diagnosticado com o novo coronavírus em março deste ano. Ele foi para um hospital particular na cidade e, após constatar que o pulmão estava 75% comprometido, tratou de se internar no Sírio Libanês, considerado luxuoso e um dos mais importantes da América Latina.
A revista narrou toda a angústia dele e da família até conseguir o avião, um Bombardier 75, que pousou no Aeroporto de Congonhas. De lá, uma ambulância o levou até o Sírio Libanês. De Marco, que tem 67 anos, passou catorze dias internado, alguns deles em estado grave, até receber alta.
Bloqueio
Em março de 2016, o juiz Marcelo Ivo de Oliveira, da 1ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJ/MS), decretou bloqueio dos valores, à pedido da Força Tarefa do Ministério Público Estadual (MPE/MS).
A intenção, destacou o magistrado à época, foi garantir que os valores sejam devolvidos aos cofres públicos, caso haja a comprovação do envolvimento dos nomes no suposto esquema fraudulento de tapa-buracos na Capital.
De Marco também é investigado em um esquema de fraude em licitação do serviço de coleta de lixo da Capital, na gestão Nelsinho Trad.