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Campo Grande

Defesa de PRF acusa delegado de induzir investigação sobre morte de empresário

Advogado diz que policial ‘cumpriu dever’ e que, se houver condenação, caso abre porta para transgressores

30 maio 2019 - 14h55Por Amanda Amaral e Nathalia Pelzl

A atuação da polícia civil na investigação sobre a morte do empresário Adriano Correia do Nascimento é questionada pela defesa do policial rodoviário federal Ricardo Hyun Su Moon, acusado pelo crime. Durante o julgamento de seu cliente nesta quinta-feira (30), o advogado Renê Siufi chegou a afirmar que o delegado Enilton Zalla ‘induziu’ informações.

Na época, o delegado esteve na cena do crime, entre a Avenida Presidente Ernesto Geisel com a Rua 26 de Agosto, em Campo Grande, na manhã do dia 31 de dezembro de 2016. Ele apontava que o PRF trocou de roupa após atirar e matar o empresário.

O advogado afirmou que a atitude do policial em realizar os disparos foi exemplar, para 'conter indivíduos embrigados no trânsito. Ele afirma que a quantidade de tiros disparados por Moon foram sete, não 11, como indica a acusação.

Ainda, salienta que caso Moon seja condenado pelo júri, será aberto o precedente negativo. "Se o júri aceitar e condenar, isso vai ser uma porta aberta para transgressores que matam no trânsito" e citou até 'matadores de criancinhas' entre os exemplos, insistindo na tese que Adriano é o criminoso neste caso. 

Material e testemunha

Foi reproduzido o áudio da ligação de Moon para solicitar por reforços, onde ouve-se uma discussão entre os envolvidos. Na gravação, o policial pede que os ocupantes da camionete conduzida por Adriano se afastem, e os chama de ‘loucos’.

A defesa do PRF também apresentou vídeo em que Adriano aparece com Agnaldo e Vinícius, este na época menor de idade, em um bar consumindo bebidas alcoólicas horas antes da discussão no trânsito. Em outro vídeo, mostrou Vinícius negando o estado de embriaguez do empresário, informação que contradisse em outro depoimento.

Outra testemunha foi ouvida, moradora de residência próxima ao local dos disparos, Leodeia da Costa Medeiros.

“Eu estava na porta de casa, tinha acordado e ouvi conversas altas, discussões, não identifiquei o que falavam. Vi os dois carros parados e um senhor na porta da Hilux, do lado do motorista. Ouvi ele se identificando que era policial e estava armado,, a pessoal falou ‘mostra a arma’, mas não sei se ele mostrou. Duas pessoas saíram da caminhonete, foram até ele e voltaram. [...] Ouvi, supostamente o Adriano, falando ‘eu vou sair’ duas vezes... ouvi o carro acelerando, o cantar dos pneus e em seguida os tiros”, disse.