A pandemia do novo coronavírus trouxe a todos os campo-grandenses uma maneira de olhar o próximo com extremo carinho e sensibilidade. Não somente pensando no aspecto da saúde, evitando a disseminação do vírus, mas também colaborando em outras situações, seja ela financeira, ou doações de roupas e alimentos.
Embora a Covid-19 tenha deixado sequelas dolorosas em algumas famílias, o sorriso sempre foi compartilhado após perceber que existem sim, pessoas de bom coração e que priorizaram o bem-estar do próximo.
A pandemia também serviu para expor situações catastróficas em termos de renda, moradia e classes divididas. Entretanto, isso não foi considerado por grupos e famílias que decidiram ajudar pessoas que precisavam e muito para ter um ano mais "tranquilo.
Um dos casos mais recentes de solidariedade aconteceu com dona Ramona Ferreira de Souza, 72 anos, que precisava de uma cama hospitalar e um colchão d'água para tratamento e repouso após quebrar o fêmur.
Com a ampla divulgação e a colaboração das pessoas, a filha Maria Francisca Ferreira de Souza, 41 anos, recebeu os dois itens considerados cruciais e agradeceu com todo carinho o zelo pela sua mãe.
“Agradeço a ajuda de vocês, conseguimos o colchão, a cama, obrigada, ainda não conseguimos alimentos, mas creio que vamos receber sim, ajuda. Obrigada", disse no dia 22 de dezembro em contato com a reportagem.
Para quem não se lembra, um dos exemplos de solidariedade partiu do grupo 'Maranata Ora Vem', em setembro, onde descobriu que a dona Lauriete e seus três filhos dormiam no chão de uma residência no bairro Nova Lima.
O grupo fez campanha para ajudar a família a ter um sono mais aconchegante. A ideia não era somente dar uma cama, mas também arrecadar roupas, alimentos e brinquedos para as crianças terem mais alegria em tempos escuros.
No mês de agosto, a preocupação e a empatia aconteceu para quem estava dando à luz a recém-nascidos, além de se encontrar em situação de vulnerabilidade social. O projeto solidário Rede Cegonha, organizado por Fabi Rosa, 37 anos e mãe de 5 filhos, decidiu preparar um chá de bebê solidário.
O 'evento' consistia em organizar arrecadações de fraldas, kit de pentear cabelo e outros, além dos itens para o bebê, sutiã de amamentação. Se por um lado, o projeto ajudava com itens, por outro também ajuda na questão psicológica para que a mãe não entre em estado depressivo.
O Natal, celebrado por muitos como uma data de desejar o melhor ao próximo, também foi lembrado como um ato de caridade e solidariedade para as crianças da antiga favela da Portelinha. Eles queriam ter a mesma sensação dos moradores do Morro do Mandela, que receberam presentes e ajuda para ter o que comemorar.
Novamente, com a ajuda da divulgação na mídia, um grupo de pessoas decidiu se responsabilizar para deixar as crianças com um sorriso no rosto. E deu certo. Dois dias antes do Natal, as crianças foram surpreendidas e ganharam presentes, panetones, roupas para identificar como é bom o espírito natalino.