A prefeitura de Campo Grande deve ‘pegar carona’ em uma licitação do MEC (Ministério da Educação) para a aquisição dos kits de materiais escolares a serem distribuídos nas escolas do município. O material será fornecido pela empresa Brink Mobil Equipamentos Educacionais Ltda e vai custar R$ 3.000.499,00.

O extrato de adesão à ata de registro de preços do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação) foi publicado em edição extra do diário oficial desta quarta-feira (12). O contrato, autorizado pela secretária municipal de Educação, Ilza Mateus de Souza, tem validade até 7 de novembro.

A licitação para aquisição do material escolar começou no fim do ano passado, mas foi suspensa faltando quatro dias para terminar o mandato de Alcides Bernal (PP). Na época, a assessoria da prefeitura informou que o certame foi interrompido por causa de questionamentos das empresas que estavam participando da concorrência.

Durante balanço dos 100 dias de administração, o prefeito Marquinhos Trad (PSD) prometeu que os kits escolares começariam a ser entregues ainda neste mês. Também destacou que os uniformes guardados no almoxarifado já foram disponibilizados para os estudantes e que a merenda escolar está disponível em todos os centros de educação infantil e escolas.

‘Caronas’

Assim como na gestão de Gilmar Olarte, Marquinhos já havia usado a ‘carona’ para a aquisição dos uniformes escolares em uma licitação da prefeitura de São Paulo. Ilza havia justificado que é de ‘praxe’ utilizar o registro de preços de outros municípios, inclusive maiores, para garantir um bom preço.

Nas gestões passadas, Olarte utilizou o registro de preço da cidade de Cotia (SP) para a aquisição de uniformes e kits escolares. A empresa beneficiada foi a Nicaltex Têxtil Ltda, que possui contratos com o município desde André Puccinelli (PMDB), passando por Nelsinho Trad (PTB), Olarte e Bernal.

A empresa gerou polêmica no ano passado por fornecer produtos do Paraguai, sendo alvo de críticas na Câmara Municipal, e também é uma das investigadas por participar de cartel que pagava propinas a servidores públicos com caixas de uísque e sapatos em São Paulo. Em municípios paulistas, os contratos com indícios de fraude em licitação somam R$ 18,5 milhões.