Chefes abusivos, assédio no ambiente de trabalho e até perseguição foram alguns dos casos relatados nesta semana, nas redes sociais através da hashtag #exposedcg, que reuniu diversos depoimentos de pessoas que sofreram algum tipo de obstáculo em suas empresas.

Mas o que fazer nessas horas? O advogado trabalhista Mario Domingos explicou para o TopMídiaNews que a melhor opção é justamente procurar um advogado.

No entanto, o profissional orienta que, quando o caso envolve um chefe compulsivo, persegue demais funcionários e até um grupo de pessoas, a melhor maneira de sair dessa bolha gigante é fazer uma denúncia anônima ao MPT-MS (Ministério Público do Trabalho). "Pensando em punição no assediador...", diz Mario.

O advogado ressalta que a grande dificuldade das pessoas em denunciar seus chefes e até abusos é compilar as provas para apresentar contra o assediador.

Domingos acredita que o grande diferencial para conseguir uma prova é fazer o uso da gravação no mesmo ambiente que o chefe compulsivo.

"Cada caso é uma situação. Mas isso é pensando em uma punição para o assediador", explica. 

Em outros casos mais complexos, o advogado revela ser necessário judicializar a denúncia, uma vez que as empresas não estão cientes dos acontecimentos e nem dos episódios de assédio. Uma sindicância ocorre para apurar os fatos, mas Mario relata que esse caminho nem sempre vai ser eficaz.

Sobre os episódios de abusos, assédios, o advogado trabalhista revela que a consequência é o início de problemas psicológicos. "Problema de ansiedade, depressão, problemas psicológicos, levados para o resto a vida", disse ao elencar alguns dos problemas desencadeados nos trabalhadores que sofrem abusos.

#exposedcg

A hashtag #exposedcg rapidamente tomou conta das redes sociais na manhã desta quinta-feira (21), onde diversas pessoas relataram o convívio com chefes extremamente abusivos em Campo Grande. Em poucos minutos, a frase estava nos trending topics do Twitter.

A enorme quantidade de comentários a serem replicados começou após uma publicação de Pedro Santos, que fez uma simples pergunta: "Vocês já tiveram um patrão abusivo? Já sofreu assédio no ambiente de trabalho?".

Para a reportagem, Pedro destacou que o intuito da publicação era que realmente tivesse um bom alcance, mas não imaginou que atingiria patamares gigantescos.

"Não tinha um propósito específico, eu fiz porque uma amiga fez um relato comigo e na hora fiquei pasmo com aquilo e queria que as pessoas vissem que elas tem sim que falar e desabafar. Então levei para o twitter. É relato surgindo de todos os lados, o que me deixa mais indignado com essas situações", disse.

O publicitário se assustou com a quantidade de comentários dos mais variados tipos de sofrimentos vividos pelas pessoas no ambiente de trabalho.

"Tive um que me convidou para almoçar no ap dele para conversar sobre ideias e o cara me recebe sem cueca, de samba canção e uma pistola na mão. Daí ele ficava brincando com os projéteis ilegais que ele traz do Paraguai e validando em quem ele atiraria", descreveu uma seguidora.

Os relatos eram cruéis e expuseram situações que viviam embaixo dos tapetes. 

O TopMídiaNews entrou na onda e recebeu o seguinte comentário de uma internauta: "Minha empresa me obrigou a fazer um treinamento só para afetar meus resultados e eu não receber minha comissão", chocante não é?!

A semana também foi marcada pela humilhação de um funcionário do Carrefour, obrigado a limpar o chão de joelhos.