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Campo Grande

13/02/2019 19:00

Sem professor de apoio, mãe de criança com paralisia cerebral tem medo da filha não estudar

Ela ainda não conseguiu frequentar as aulas deste ano

Dalhane Pereira dos Santos está correndo contra o tempo desde o começo das aulas deste ano. Mãe da pequena Mariana Aparecida Pereira dos Santos, de 8 anos, ela ressalta que uma semana após o começo do ano letivo, sua filha ainda não conseguiu estudar por falta de um APE (Auxiliar Educacional Especializado), na unidade educacional localizada no Portal Caiobá, em Campo Grande.

Mariana tem paralisia cerebral, autismo, atraso no desenvolvimento motor e mental, microcefalia e epilepsia. Por conta disso, a criança precisa de um professor auxiliar para ir à escola, mas até o momento a mãe reclama que só ouviu duas palavras da escola municipal Antônio Lopes Lins: 'precisa aguardar'.

“Minha filha estudava em outra escola e mudou para essa. Quando fui fazer a matrícula, me pediram vários laudos e eu levei todos. Me afirmaram que ela conseguiria um professor auxiliar, mas já se passaram cinco dias desde o começo das aulas e até agora nada. Minha filha já tem dificuldade para aprender e ela será prejudicada com toda essa demora”, desabafou a mãe.

Dalhane explica que chegou a levar a filha nos dois primeiros dias, mas não tinha o professor auxiliar e ela teve que voltar para casa. Nos dias seguintes, a mãe passou a ligar, mas também não informam data  certa para ter o profissional na unidade educacional.

Foto: Google Street View

“Eu preciso ficar correndo atrás da escola para tentar buscar informações e só falam que preciso aguardar, enquanto isso minha filha é prejudicada. Já fiz uma denúncia no Ministério Público e preciso aguardar. O problema não é exclusivo com a minha família, várias mães estão passando pelo mesmo desespero de querer que o filho consiga ter uma vida normal, mas acabam não conseguindo por irresponsabilidade do poder público,”, lamentou.

Documento solicitando APE - Foto: Arquivo Pessoal

Ainda conforme os relatos de Dalhane, a lista de chamada desses profissionais está lenta e os funcionários podem escolher o local que pretendem trabalhar “Eles escolhem a escola que ficam próximas de suas residências, até aí eu entendo, mas e as outras crianças ficam no esquecimento? A escola disse para eu deixar minha filha na unidade sem um professor auxiliar, mas como vou fazer isso? Ela é um bebezão, não consegue se comunicar direito e usa fraldas. É um direito que minha tem e ninguém pode tirar”, ressaltou.

Outro lado

Em nota, a Secretaria Municipal de Educação informou "que os professores que passaram no processo seletivo para APE estão sendo lotados desde antes do início das aulas. Ao todo 1450 alunos que necessitam do apoio deste profissional já foram atendidos. No total, 2 mil crianças serão tendidas neste início de ano letivo. Os demais professores ainda estão em processo de lotação e a expectativa é que até o final da semana as demais vagas já tenham sido preenchidas".

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