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Sesau diz que médica do 'alta por voto' pode sofrer processo disciplinar

Órgão deve averiguar caso da profissional, que disse ter voto como critério de atendimento em UPA de Campo Grande

28 outubro 2018 - 09h00Por Amanda Amaral

A Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) afirmou, por meio de nota oficial, que deve apurar o caso da médica Beatriz Padovan Vilela, que publicou em rede social ter o critério da orientação política como aval para liberação de pacientes na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Moreninhas, em Campo Grande.

O órgão da prefeitura afirmou ao TopMídiaNews que ainda não tinha conhecimento deste caso, e não confirma se a profissional tem vínculo com o serviço público. No entanto, em consulta ao quadro de profissionais da saúde municipal, Beatriz aparece inscrita como médica temporária.

Na nota, a Sesau afirmou não concordar e não corroborar com opiniões, sejam de conotação política ou não, que contrariem os códigos éticos profissionais da medicina. “[...] Uma vez que o mesmo reforça que o profissional jamais utilizará seus conhecimentos para causar sofrimento físico ou moral, para o extermínio do ser humano ou para permitir e acobertar tentativa contra sua dignidade e integridade”, pontua o posicionamento.

Contudo, o órgão ressalta itens do Código de Ética da Medicina, sobre as liberdades individuais asseguradas a cada pessoa em sua vida privada, o que exclui a prefeitura de responsabilidades sobre seus posicionamentos em redes sociais.

“É importante lembrar que não há nenhuma restrição sobre o livre pensamento, sendo o mesmo assegurado legalmente, considerando a liberdade individual dos servidores nas suas relações privadas, especialmente no uso de perfis pessoais nas redes sociais, sendo os mesmos responsáveis por responder cível e criminalmente pelos seus atos”, comunica a assessoria de imprensa da pasta.

Ainda, informa que a formalização de eventual denúncia seja coletiva ou individual em razão da manifestação da profissional também deve ser feita ao Conselho Regional de Medicina (CRM), que pode proceder na abertura de sindicâncias e processos disciplinares.

O caso

A médica Beatriz Padovan Vilela postou em sua rede social uma frase em que afirma que a liberação de seus pacientes dependeria de seus votos ao cargo de presidente do Brasil. Na mensagem, deixa claro que quem declarar apoio ao candidato Jair Bolsonaro (PSL) não seria prejudicado pelo seu ‘critério’.

“Hoje é dia de maldade. Perguntar pro paciente em quem vai votar antes da alta. Dependendo da resposta, alta só segunda!! #B17 É dessa vitamina que o povo brasileiro precisa!", disse a médica, ao fazer check-in na área de emergência da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Moreninhas, no sábado (27).

Após a postagem viralizar, a mulher excluiu todos os seus perfis em redes sociais.