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Campo Grande

25/01/2022 07:00

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Três agentes da segurança tiram a própria vida em menos de 4 dias em Campo Grande

Sindicato diz que faz identificação e acolhimento de membros com problemas emocionais

Forças de segurança pública tiveram perdas lamentáveis de três membros, somente nos últimos quatro dias, em Mato Grosso do Sul. Dois policiais (civil e militar) e um ex-guarda municipal tiraram a própria vida. 

A primeira vítima foi o tenente da PMMS, Edson Henrique Yamamoto, 31 anos, que comandava o policiamento de Paraíso da Águas. Ele foi achado morto em um hotel, na tarde do dia 20 de janeiro, na avenida Calógeras, em Campo Grande. 

O oficial estava na corporação há sete anos e o caso entristeceu a cidade do interior de MS. A Prefeitura de Paraíso das Águas decretou luto oficial de três dias. A Polícia Civil apura o caso, mas os primeiros levantamentos apontam para suicídio.   

No mesmo dia (20), o ex-agente da Guarda Civil Metropolitana, Neiton de Assis Alves de Paiva, também tirou a vida, aos 38 anos. Ele foi achado morto em casa, no Jardim Petrópolis, em Campo Grande. 

Paiva não integrava mais a GCM da Capital, em razão de ter se envolvido em um transporte de produtos contrabandeados na fronteira. No caso dele, era sabido que o agente sofria de depressão. 

Viviane

Viviane Jesus - Foto: Reprodução/Instagram

O caso mais recente, ocorreu no final da manhã desta segunda-feira (24). A perita papiloscopista da Polícia Civil, Viviane Jesus de Souza, 35 anos, foi achada morta com um tiro, no quarto de um motel, no Jardim Paulista, em Campo Grande. 

A vítima, segundo testemunhas, estava no estabelecimento desde a tarde de sábado (22). Da noite de sábado até a manhã de domingo, ela permaneceu no local na companhia de um homem. Depois da saída da testemunha, ela não manteve mais contato com funcionários do estabelecimento. 

Ex-GCM sofria de depressão em Campo Grande

Neiton sofria de depressão em Campo Grande. (Foto: Reprodução Facebook Betinho)

Prevenção 

O presidente do Sindicato dos Policiais Civis de MS, o Sinpol-MS, Alexandre Barbosa da Silva, 48 anos, lamentou a situação. Ele disse que a entidade cobra, ao máximo, que o poder público promova política de prevenção a várias doenças que envolvem o emocional do policial. 

O sindicalista disse que o serviço do agente de segurança pública é estressante, alvo de pressão social e diferenciado dos demais. 

‘’Lidamos com um público complicado [bandidos]. Nossa carga horária é alta e muitas vezes trabalhamos além do limite do ser humano’’, refletiu o policial. 

Sobre a atuação do sindicato, Barbosa diz que há uma assistente social que atua para identificar filiados da entidade que apresentam mudança de comportamento. Neste caso, é feita uma abordagem e um possível encaminhamento a uma espécie de centro de acolhimento terapêutico. 

Ainda segundo Alexandre, neste centro é possível trabalhar questões psicológicas e prevenção ao suicídio. 

‘’Fazemos muitos encaminhamentos, mas isso quando a gente consegue identificar. Muitas vezes o policial não demonstra que está em situação ruim’’, detalhou Alexandre. 
 

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