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Campo Grande

07/11/2018 07:00

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Usuários de drogas vendem copo, halls e gominhas para sustentar vício debaixo de ponte

O grupo sai em busca de garrafas e vendem copo personalizado no semáforo

O grupo de usuários que mora debaixo da ponte do córrego Anhanduí, no cruzamento da Avenida Ernesto Geisel com Manoel da Costa Lima, no bairro Guanandi em Campo Grande, faz mutirão três vezes por semana em busca de garrafas e produz copos com marcas de cerveja para revender no semáforo.

De acordo com Vânia Regina Gonzalez, 38 anos, que reside no local há cinco anos, o grupo ganhou um carrinho de bebê e utiliza para recolher os objetos nos lixos descartados pela população três vezes por semana. “Saímos pelas ruas recolhendo as garrafas para depois produzir copos. Enchemos o carrinho de bebê e voltamos. Encontramos coisas boas no lixo, tem muitas coisas  que as pessoas não usam mais que pegamos”.

Ela explica que normalmente o grupo comercializa três unidades de copos decorados por R$ 10, mas na hora do aperto, faz promoção relâmpago para conseguir o que comer. “Quando está muito apertado, quando não temos o que comer, eu faço dois copos por R$ 5. Temos que fazer isso para vender e comer. Quando conseguimos vender, compramos miojo no mercado e fazemos”.

Vânia confirma que o grupo é usuário de drogas e se organiza para não passar ‘aperto’. “Conseguimos administrar o que conseguimos, não trocamos comida por droga, vendemos o que produzimos para sustentar nosso vício sim, mas não trocamos nossa comida. As pessoas acham que não precisamos comer, sendo que sentimos fome e sede também”.

Ela afirma que se a população quiser doar garrafas para que os copos sejam produzidos, basta chegar no semáforo e entregar para os moradores. “A pessoa que quiser doar, garrafas de cores são as mais difíceis de encontrar e são as que mais conseguimos vender. É só chegar e entregar que agradecemos. Não fazemos mal para ninguém, queremos sim mudar de vida, mas não é fácil”.

Mesmo sendo refém das drogas, Vânia afirma que sonha em ter casa própria. “Eu sonho em ter a minha casa e sei que um dia eu vou conseguir. Claro que eu queria ajuda, já consegui ficar três meses longe das drogas, mas como passava muito mal, eu acabei voltando. Mas eu nunca vou deixar de sonhar em ter a minha casa. Aqui o meu acampamento é o mais decorado, gosto de deixar ele bonito e quando eu tiver a minha casa, vai ser igual”.

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