Em 2016 já foram registrados 54 acasos de maus-tratos a animais em Campo Grande, segundo o delegado Wilton Vilas Boas de Paula, da Decat (Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Ambientais e Proteção ao Turista). O número assusta, pois as campanhas de conscientização não estão sendo suficiente para “conter” o abandono. Em todo ano de 2015, foram registrados 85 casos na delegacia.

À frente da Decat desde janeiro de 2015, de Paula acredita que o número de denúncias está crescendo principalmente porque as pessoas vêm tendo mais acesso às informações de como denunciar. O que antes era apenas publicações revoltadas nas redes sociais, agora está se tornando caso de polícia.

“Nós estamos trabalhando com uma equipe de policiais que estão indo apurar os casos denunciados. Antes muitas situações eram encaminhadas para a o CCZ [Centro de Controle de Zoonoses]. Isso traz maior resultado e acredito que as pessoas estão percebendo isso”, aponta.

O último caso de maior repercussão, investigado pela Decat, foi da gatinha Vivi, que morreu após ação de estudante de medicina, de 24 anos, no bairro Monte Castelo, em janeiro. Ele atirou no animal com uma espingarda com balas de chumbo por “bincadeira”.  Ela chegou a ser socorrida e passou por cirurgia, mas não resistiu.

Para quem vive do resgate de animais nas ruas, o abandono de gatos de cachorros é um dos crimes que mais matam os chamados “melhores amigos” do humano. “Apesar das campanhas de conscientização, as pessoas pegam o animal e cuidam enquanto são ‘bonitinhos’, mas quando ficam doentes e velhos jogam na rua a própria sorte”, afirma Kelly Macedo, 53 anos, uma das principais protetoras de animais e referência em Campo Grande.

Com o seu perfil do Facebook usado como mural, onde pessoas compartilham fotos de animais em situações de abandono total, filhotes para doação, desaparecidos e lar temporário ou pedido de remédios, o último resgate foi de um cão paraplégico.

Em abril de 2015, um projeto de lei foi aprovado pela Câmara dos Deputados em Brasília que criminaliza condutas praticadas contra a vida, saúde e integridade de cão e gatos. A pauta ainda aguarda apreciação do Senado.

Denuncias podem ser feitas na Decat, pelo telefone (67) 3325-2567, pelo e-mail decat@pc.ms.gov.br. O atendimento é de segunda a sexta-feira, das 8h às 18 horas.