Dois dias após o anúncio do governador Reinaldo Azambuja (PSDB) em não conceder qualquer forma de reajuste salarial aos servidores públicos de Mato Grosso do Sul, foi decidido em assembleia geral de policiais militares e bombeiros, nesta sexta-feira (2), que a categoria também vai aderir fortemente às manifestações. Demais classes de servidores já se organizam para demonstrar repúdio à decisão do tucano.
O primeiro dos protestos dos militares, que somam cerca de 11 mil entre ativos e inativos no Estado, está previsto para a próxima segunda-feira (5). Os trabalhadores e seus familiares devem se reunir com faixas e cartazes durante a tarde em frente à Governadoria, no Parque dos Poderes, em Campo Grande, paralisando o trânsito.
Como explica Edmar Soares da Silva, presidente da ACS (Associação dos Cabos e Soldados da Polícia Militar e Bombeiro Militar de Mato Grosso do Sul), a decisão do governador deixou milhares de famílias ‘a ver navios’. “Vamos repetir à exaustão que o governo não tem palavra. Nem o índice inflacionário ele cumpriu, indo contra todas as promessas feitas desde o ano passado. Isso pelo menos ‘acalmaria’ a tropa, mas ele não veio nem com o mínimo, o obrigatório por lei”, diz.
No dia 12 de junho, segunda-feira, os servidores devem voltar a se reunir em assembleia para definir medidas em relação a possibilidade de paralisações, o que já é uma possibilidade entre os policiais civis. “[O governador] quer levar todo mundo ‘no bico’? Assim não dá, quando a coisa envolve dinheiro ele pula fora? Vamos sim tomar medidas enérgicas se nada for feito, com a força de trabalhadores do Estado todo”, finaliza.
Policiais civis
Conforme o presidente do Sinpol-MS (Sindicato dos Policiais Civis do Estado), Giancarlo Miranda, além da possibilidade de paralisações de serviços de segurança em breve na Capital e demais cidades do Estado, policiais aposentados de diversas cidades no interior se organizam para montarem acampamentos em frente à Governadoria, Assembleia Legislativa e até mesmo em frente ao prédio onde mora Azambuja.
“Também não descartamos, junto às demais categorias, a realização de uma greve geral e sem prazo para acabar. Queremos ser ouvidos com seriedade”, finaliza. Na próxima terça-feira (6), o Fórum dos Servidores irá a Assembleia Legislativa pedir o apoio dos deputados estaduais à reivindicação e fará uma Assembleia Geral para deliberar, dentre outras ações, a greve geral.








